Artes/cultura
29/11/2022 às 13:00•2 min de leitura
Muitas pessoas têm dificuldade para aprender um novo idioma e acabam desistindo nas primeiras aulas. Mas esse não é o caso do garoto Benjamin Marques, de 5 anos, que aprendeu inglês sozinho vendo vídeos no YouTube.
O menino, que se tornou fluente na língua inglesa aos 3 anos de idade, faz parte de um grupo restrito de pessoas que possuem Altas Habilidades e Superdotação (AHSD). Apenas 0,5% da população do mundo tem algum tipo de habilidade avançada, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em geral, as pessoas com AHSD têm alta capacidade de aprendizado, criatividade e memória, possibilitando um aprendizado muito mais rápido do que a média. Entre outras coisas, essas características propiciam aprender uma nova língua sem dificuldades, como no caso de Benjamin.
(Fonte: MF Press Global/Divulgação)
“Ele se interessou desde cedo pelo inglês, assistia a vídeos no YouTube, aprendia novas palavras muito rápido e em pouco tempo já falava todo o tempo em inglês. Até o português dele é meio de gringo”, brinca o pai, Fagner Marques. Ainda de acordo com ele, o garoto tem um nível tão avançado no segundo idioma que se tornou seu professor.
Para crianças superdotadas como Benjamin, estimular o desenvolvimento é fundamental. Mas segundo o PhD em neurociências Fabiano de Abreu Agrela, os pais não devem pressionar a criança com AHSD, deixando-a se expressar como se sentir melhor.
“Benjamin tem muita facilidade com idiomas, muita gente acha que toda criança com altas habilidades é boa em línguas, mas isso não é verdade. Há fatores que influenciam e nem todas as crianças de alto QI falam muito cedo e/ou já iniciam com o inglês”, ressaltou o especialista.
Benjamin e seu pai. (Fonte: MF Press Global/Divulgação)
Segundo o pai, a família tem buscado apoio para a educação do menino com habilidades de superdotação, que precisa de um atendimento diferenciado. No entanto, a procura por bolsas de ensino em escolas bilíngues não teve sucesso, até o momento.
Conforme Fagner, escolas internacionais e bilíngues para alunos com AHSD custam de R$ 7 mil a R$ 10 mil mensais em São Paulo, inviabilizando a matrícula de Benjamin. Enquanto isso, o garoto com inteligência acima da média tem feito aulas de música, praticado esportes e contado com acompanhamento terapêutico.
O menino de 5 anos que aprendeu inglês sozinho tem quociente de inteligência (QI) de 133, pontuação maior do que 99% das crianças nesta mesma faixa etária. Suas habilidades avançadas o fizeram ser aceito na Mensa Brasil, braço nacional da mais antiga e famosa sociedade de alto QI do mundo.
Com a inclusão nesta espécie de “clube de gênios”, Benjamin se tornou o brasileiro mais jovem a fazer parte da Mensa. O novo integrante do grupo de pessoas de alta inteligência sonha em ser cientista.