Artes/cultura
24/01/2018 às 15:00•3 min de leitura
Você pode nem notar, mas empresas como Google, Facebook, Amazon e Apple estão presentes em boa parte do seu dia a dia. Alguns casos mostram que nem sempre as companhias de tecnologia usam tanto acesso e influência da forma certa.
Em alguns casos, decisões questionáveis dessas gigantes se tornam públicas e obrigam executivos poderosos a se explicarem ou pedirem desculpas. O pesquisador de privacidade Chris Gilliard comentou algumas dessas medidas bizarras depois da controvérsia em torno das baterias do iPhone, ao Business Insider.
Confira algumas das polêmicas e o impacto/justificativa que elas tiveram.
Em 2009, a empresa removeu livros comprados dos Kindles de seus consumidores, incluindo o clássico 1984, de George Orwell. A empresa se desculpou e reembolsou os leitores, dizendo que as obras haviam sido publicadas por engano na plataforma.
Nem preciso dizer que é absurdamente irônico remover um livro sobre um futuro distópico em que um governo autoritário censura informação, né?
Amazon sumiu com livros em 2009
O LinkedIn fez o upload do calendário dos smartphones de seus usuários em 2012. Exatamente, donos de Androids e iPhones acordaram um belo dia e suas informações da agenda estavam disponíveis na rede social profissional. A falha foi ainda pior, já que incluía também anotações pessoais (números de contato, comentários e outros) feitas nesses calendários, além dos compromissos marcados.
A empresa afirmou que tinha essa autorização, já que os usuários precisavam dar permissão ao aplicativo. No entanto, algum tempo depois, o LinkedIn começou a limitar o que era importado do celular dos usuários para os perfis na rede social. Um pouco de discrição não faz mal a ninguém, não é mesmo?
A rede social mais acessada do planeta teve sua cota de atitudes bizarras também. Em 2014, a CCO Sheryl Sandberg se desculpou publicamente depois que cientistas de dados descobriram que a companhia manipulou o feed de notícias de 700 mil usuários por uma semana inteira, só para ver qual seria a reação deles.
Pesquisadores apontaram que o Facebook tinha mudado o feed das pessoas para mostrar mais notícias positivas ou negativas. Em seguida, a rede social estudava o teor dos compartilhamentos dos usuários. O experimento levantou uma série de questionamentos éticos sobre a rede social.
Mark Zuckerberg, CEO do Facebook
Em dezembro, a Apple assumiu que reduzia a performance das baterias de modelos antigos do iPhone. De acordo com a empresa, o objetivo era prevenir o mal funcionamento dos smartphones mais velhos da marca.
Em dezembro de 2017, a Apple admitiu que reduzia a performance das baterias de iPhones antigos
No entanto, a medida não foi bem recebida pelos consumidores. Alguns chegaram a acusar a empresa de diminuir o desempenho dos aparelhos para forçar a troca. Em resposta, a Apple resolveu fornecer um desconto na troca de baterias do iPhone, como compensação aos clientes.
O Uber deu uma demonstração da quantidade de dados que grandes empresas de tecnologia conseguem coletar dos usuários em 2012. O aplicativo de transporte fez um post em seu blog oficial sobre a relação entre pedidos de Uber e onde/quando seus usuários estavam tendo casos. O post foi deletado, mas detalhava as cidades e os lugares com maior taxa de sexo casual.
O Uber sabe quando você está tendo um caso
Um documento vazado em 2017 aponta que os executivos da rede social informaram anunciantes de que poderiam monitorar postagens e fotos para identificar quando usuários adolescentes estavam se sentido tristes.
O Facebook poderia monitorar os sentimentos de usuários com precisão: estressado, derrotado, ansioso, nervoso, estúpido, bobo e várias outras definições eram possíveis.
Um documento aponta que o Facebook informou anunciantes que poderia monitorar sentimentos de adolescentes.
A rede social se defendeu das acusações dizendo que o documento só tinha a intenção de ajudar as empresas a entenderem como as pessoas se expressam.
O Google admitiu em 2010 que usava as antenas de seus carros do programa Street View para interceptar dados de redes Wi-Fi abertas nos Estados Unidos. A empresa afirmou que se tratava de um acidente no software do equipamento e que encerrou a prática assim que teve notícia.
O problema é que uma comissão federal dos EUA revelou que os carros tinham a intenção de coletar essas informações e que pacotes imensos de dados haviam sido transferidos para um datacenter da empresa no Oregon.
Se você sentiu falta de uma citação ao Galaxy Note 7, é bom deixar claro que não uma decisão deliberada explodir os celulares, por isso esse caso não está na lista.
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