Ciência
07/04/2018 às 06:00•3 min de leitura
Esquilos voadores não existem em terras brasileiras; porém, devido à sua curiosa forma de locomoção, são conhecidos mundialmente. Esses adoráveis animais possuem a capacidade de planar em virtude de uma membrana entre seus braços e pernas, fazendo com que possuam naturalmente algo semelhante a um wingsuit utilizado por alguns paraquedistas.
Exemplo de wingsuit
Apesar do grande deslocamento pelo ar, eles não são considerados animais voadores, deixando a vaga de único mamífero capaz disso para os morcegos. Conheça abaixo algumas curiosidades sobre estes incríveis e enigmáticos animais.
Um dos motivos pelos quais eles são considerados tão fofos são seus olhos. Assim como em bebês ou filhotes de animais, os olhos arregalados chamam a atenção de seres humanos, mas não é por isso que são tão grandes. Devido a seus hábitos noturnos, os esquilos voadores evoluíram com olhos cada vez maiores, tornando sua visão mais adaptada ao ambiente onde vivem. A mesma situação pode ser vista em lêmures e corujas.
A membrana que os esquilos possuem entre seus braços e pernas é chamado de patagium; é graças a ela que eles conseguem planar entre árvores. A estrutura não funciona como uma asa, pois só aumenta a área corporal do animal —e, com isso, a resistência do ar, fazendo com aumentem seu deslocamento horizontal. Além disso, é uma vantagem a patagium estar o mais tensionada possível, e por isso possuem esporões de cartilagem presentes na ponta de cada braço, que podem ser esticados para tornar o deslocamento horizontal mais eficiente.
Em média, eles planam por 20 metros, de acordo com o Museu de Zoologia da Universidade de Michigan, sendo uma distância considerável se levarmos em conta que esses animais possuem apenas 28 centímetros de comprimento. Se necessário, e estando em uma árvore alta o suficiente, eles podem planar por até 90 metros, o que significa atravessar um campo de futebol! Como se a distância já não fosse impressionante o bastante, eles também conseguem fazer curvas fechadas e giros de 180 graus enquanto planam.
Apesar de existirem também na Europa e América do Norte, atualmente aparecem de forma predominante na Ásia, sendo que das 43 espécies conhecidas, 40 só vivem nesse continente. E isso não é algo atual, pois há registros de fósseis de animais semelhantes há 160 milhões de anos.
De acordo com um estudo realizado em 2013, a preferência por essa região tem motivos para acontecer. As densas e diversificadas florestas oferecem um bom refúgio para os esquilos, provavelmente salvando-os em períodos em que as condições climáticas não eram tão favoráveis.
O autor da pesquisa disse ainda que, da mesma forma que as florestas os ajudaram a sobreviver tanto tempo, gerando uma grande variedade de espécies, o crescente aumento do desmatamento e as rápidas mudanças climáticas, influenciadas pelos seres humanos, podem colocar a vida desses pequenos seres em risco.
Filhotes de esquilo voador nascem totalmente indefesos e sem pelos, precisando do calor materno para sobreviver, pois só conseguem se aquecer sozinhos após 5 semanas de vida. No total as mães precisam cuidar de seus filhotes por aproximadamente 65 dias, o que é um longo tempo para animais desse tamanho, segundo o Museu de Zoologia da Universidade de Michigan. Detalhe: esse período ainda aumenta caso nasçam no fim do verão, pois nesses casos passam todo o inverno dentro de suas tocas.
Lar da maioria dos esquilos desta espécie, a Ásia também possui o maior de todos. Conhecido como esquilo-voador-gigante-vermelho-e-branco (Petaurista alborufus), ele pode ter até 1 metro de comprimento e pesar 1,5 quilo. São comuns em florestas na região central da China, e sua dieta consiste principalmente de frutas e castanhas.