Estilo de vida
08/04/2018 às 06:00•2 min de leitura
Desde que a ovelha Dolly foi clonada, lá em 1996, os avanços no campo da genética têm gerado grandes expectativas, levando alguns até a pensarem que o filme "Jurassic Park" poderia existir além das telas de cinema no futuro. Na vida real, não conseguimos clonar dinossauros, mas já há quem pense seriamente em como será o mundo quando a clonagem de animais extintos for uma realidade do nosso cotidiano.
Imagine que estamos em 2070, e a ciência já conseguiu dominar a “arte da clonagem”. Espécies que deixam de existir naturalmente são trazidas de volta para o mundo como num passe de mágica e não causam espanto à população. Já é algo normal. Esse foi o cenário proposto por um artigo publicado pela Universidade de Lancashire, no Reino Unido.
Levando em consideração o ritmo acelerado de espécies que entram em extinção no planeta a cada ano, não é difícil pensar em vários “Parques dos Dinossauros” que, mesmo ainda sem os répteis extintos há mais de 65 milhões de anos, poderiam atrair visitantes de todas as partes do mundo. Afinal, alguns animais só poderiam ser vistos ali e teriam sido criados justamente para esse propósito.
Focado em como a indústria do turismo poderia lucrar com os avanços da genética, o estudo britânico apontou três possibilidades de exploração da clonagem de animais extintos. Lembre-se: em 2070 isso virou só mais um negócio para o ser humano.
A ideia mais óbvia é realmente a estilizada em "Jurassic Park", com grandes parques onde os turistas poderiam ver e aprender sobre animais que já haviam deixado de existir na Terra, seja por causa da ação do homem ou pelo efeito de fenômenos naturais, como no caso dos dinossauros.
Se a primeira ideia não te surpreendeu, o “artigo-projeção” foi além. Em 2070, já existirão espécies recriadas em laboratório para serem caçadas em seguida. Pois é, colocariam animais de volta no mundo para serem mortos por pessoas que pagassem para frequentar esses clubes de caça do futuro. Esses turistas com gostos peculiares poderiam caçar, por exemplo, elefantes-africanos, tigres-de-bengala e ursos-polares (ou até mesmo pandas), que já devem ter sido extintos até lá, em um único lugar.
Se hoje em dia o consumo de animais na alimentação já divide opiniões, imagine quando começarem a clonar seres extintos para colocá-los em cardápios de restaurantes gourmet? Pois é isso que o futuro nos reserva, segundo o artigo acadêmico. O turismo gastronômico movimenta bilhões de dólares anualmente, e os avanços da genética podem fazê-lo faturar ainda mais por volta de 2070. Pense que, por exemplo, as lhamas foram extintas. Existiria um lugar que investiria pesado em trazê-las de volta só para que um chef renomado as preparasse. Tudo para satisfazer os paladares mais exóticos.
Mesmo sendo uma questão polêmica, tanto de pontos de vistas éticos como religiosos, várias pesquisas genéticas resultaram em clones bem-sucedidos de animais, principalmente mamíferos, depois da pioneira Dolly. Inclusive, já existe um monte de macaco clonado por aí. Em 2003, mesmo ano em que a ovelha acabou morrendo, cientistas espanhóis criaram um íbex-dos-pirineus em laboratório, um tipo de carneiro selvagem extinto 4 anos antes.
O primeiro espécime trazido de volta da extinção graças à genética não sobreviveu por muitas horas, mas marcou o pontapé inicial para uma prática que deve virar rotineira no futuro. Muitos laboratórios e institutos já guardam DNAs variados e, se depender de como são tratadas as espécies que convivem atualmente com a raça humana, a “previsão” do artigo parece bem plausível, né?