Ciência
12/04/2018 às 06:38•2 min de leitura
Não, caro leitor, você não leu o título errado: realmente existe um projeto de lei proibindo a masturbação masculina que acaba de chegar à Comissão de Assuntos do Estado na Câmara do Texas (EUA). A proposta é da deputada democrata Jessica Farrar, que pretende multar em até US$ 100 quem infringir a determinação.
O mesmo projeto de lei também pretende impor regras ao acesso ao Viagra, às vasectomias e às colonoscopias masculinas. Uma delas pretende que todo homem que queira algum desses procedimentos precisaria ler uma cartilha intitulada “O Direito do Homem de Saber”. Também será preciso um exame de toque retal e uma ressonância magnética para ter acesso a isso.
As “emissões das masturbações”, isto é, o sêmen, devem ser resguardadas para as esposas, com o único intuito da concepção. E o homem não pode processar seu médico se qualquer uma dessas novas determinações for contra suas crenças pessoais, políticas ou religiosas.
Jessica Farrar levantou a proposta no começo do ano; nesta terça-feira (10) ela foi encaminhada à Câmara
A proposta é real, mas com uma dose de ironia por trás. Jessica Farrar é defensora dos direitos de as mulheres decidirem o que querem fazer com seu corpo, incluindo aí polêmicas como o aborto – atualmente, a lei texana impõe que elas leiam uma cartilha “O Direito da Mulher de Saber” e que façam um ultrassom antes de interromper a gestação. O aborto de um feto viável pode levar a até 5 anos de prisão.
Segunda Jessica, ao impor proibições e multas sobre a masturbação masculina, ela pretende mostrar como as leis são incoerentes quando se tratam de sexualidade e liberdades de gêneros – são os homens, por exemplo, que determinam o que as mulheres podem fazer com seus corpos.
Mesmo que tenha sido uma atitude radical e satírica, a proposta passou nas primeiras instâncias e agora será julgada na Câmara. Dificilmente deve passar, é claro, mas ao menos levou o debate sobre o aborto para um nível totalmente diferente do que já havia sido discutido anteriormente. Será que isso funcionaria no Brasil?
Cartilha sobre aborto é leitura obrigatória para mulheres que pretende fazê-lo