Artes/cultura
04/07/2018 às 09:30•1 min de leitura
Você já ouviu falar nas carpideiras? Elas são as mulheres pagas para chorar em funerais de desconhecidos. A função remunerada já existe há mais de 2 mil anos e, diz a lenda, que essa é uma forma de facilitar a entrada no céu. No Brasil, a prática foi trazida pelos colonizadores portugueses, mas a profissão não engrenou, já que muitas iam gratuitamente chorar em velórios de pessoas que elas não conheciam – na série “Pé na Cova”, da Rede Globo, a atriz Eliana Rocha interpretou uma dessas mulheres.
Gana, na costa da África, por outro lado, também foi colonizada por portugueses que levaram o costume ao país – posteriormente, a Inglaterra acabou conquistando as colônias, tanto que o inglês é o idioma oficial de lá. As carpideiras formam associações de choro, que cobram pela quantidade de mulheres e pela importância do falecido.
As carpideiras levam a função a sério
O choro em funerais costuma ser associado ao lamento da perda e à saudade que a pessoa deixará, porém, às vezes o luto e o choque impedem que os familiares demonstrem na hora do velório todo o seu apreço ao defunto através das lágrimas – e é aí que entram em ação as profissionais do choro!
O motivo para contratar carpideiras é o fato de que o funeral em Gana costuma ser visto como um grande evento, tipo um casamento ou um batizado. As pessoas investem em caixões e até em danças ritualísticas que deixam tudo parecido com uma grande festa – triste, é claro, mas ainda uma festa.
Por isso, os participantes do funeral costumam ajudar os familiares enlutados com alguma contribuição financeira para uma preparação digna para o defunto. Assim, quanto mais as carpideiras gritam e choram, mais elas compadecem os presentes e os incitam a contribuir com mais grana. Curioso, né?
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