Conheça a história por trás do pior acidente aéreo da história

16/09/2018 às 06:013 min de leitura

Domingo, 27 de março de 1977, um dos dias mais emblemáticos da história da aviação. Há algumas milhas da costa do Marrocos, o aeroporto da cidade de Los Rodeos, localizada na pequena ilha de Tenerife foi palco de uma tragédia sem precedentes. Dois aviões Boeing 747 colidiram em solo, deixando 583 mortos, no que é considerado o pior acidente da história aeronáutica. 

Via de regra, para que ocorra uma batida ou queda de avião, existe uma cadeia de eventos envolvidos e não apenas um acontecimento isolado. Sendo um dos transportes mais seguros do mundo, o receio de voar se deve mais pelo fato de que quando ocorre um acidente, ele tende a ser fatal, assim como foi em Tenerife.

Este caso mudou o rumo da aviação quando o assunto é segurança, especialmente no solo.  A aeronave da Pan Am saiu de Los Angeles com 248 pessoas a bordo, enquanto o outro voo, da empresa KLM vinha de Amsterdã, com quase 400 passageiros.  A programação era para ir ao aeroporto de Las Palmas, o principal da região, mas após uma bomba ser plantada em uma floricultura por um grupo separatista, os voos precisaram ser redirecionados. 

Um dos principais destinos foi o aeroporto de Los Rodeos, considerado pequeno para grandes aeronaves. Para dar vazão a demanda com o menor risco possível, alguns procedimentos foram tomados, como por exemplo, o avião ir até o fim da pista, fazer um giro de 180 graus para então iniciar o processo de decolagem. O problema aqui, é que os aviões ao taxiar desta maneira, ficavam invisíveis para a torre de controle e para outras aeronaves, já que não havia radares de solo no aeroporto.  

Os dois capitães eram exímios pilotos, sendo inclusive referência dentro de suas companhias quando o assunto é voar. Do lado da KLM, Jacob Van Zanten era o principal instrutor da empresa em matéria de 747. E ao finalizar a manobra de 180 graus no fim da pista, pede para ser liberado pela torre de controle iniciando o procedimento de decolagem.

Do outro lado, Bob Bragg vem com Pan Am solicitando permissão para finalmente decolar, já que Las Palmas foi liberado. Ele recebe a instrução sobre qual linha de pouso deve utilizar, mas a principio essa parte da comunicação foi perdida devido a sobreposição de mensagens no rádio. Ao mesmo tempo, uma densa neblina cai sobre o local, reduzindo a visibilidade para apenas alguns metros à frente. Com isso, os pilotos da Pan Am erram a pista e seguem para a próxima ao lado. Não deveria ser um grande problema, caso não houvesse uma decolagem próxima.  

Ao solicitar a liberação, Van Zanten demonstra claros sinais de estresse, afinal, aquele era um dia longo para todos os pilotos. Com a comunicação intensa nos canais e cansaço pensando em todos os times, a cadeia de eventos que gerou o acidente segue seu trajeto. Van Zanten libera os freios e anuncia que vai decolar, ainda que a incerteza transpareça em sua voz. Bragg, da KLM anuncia que ainda está taxiando na pista e a torre anuncia para Van Zanten: “Okay. Aguarde para decolar. Eu vou te chamar quano for o momento”. O silêncio do outro lado da linha foi entendido pela torre como uma confirmação. No entanto, tudo o que o piloto ouviu foi: Okay e nada mais. 

Nesse momento as duas aeronaves já estão em curso e, apesar de uma simples mensagem poder evitar o pior, a falha na comunicação vai custar a vida de centenas de pessoas. Poucos segundos depois, os aviões estão indo um de encontro ao outro, sem que as tripulações tenham se dado conta, o que acontece somente quando é tarde demais. 

Quando se avistam, um dos aviões tenta se jogar para a esquerda, enquanto o outro tenta decolar rapidamente, mas acaba arrastando a cauda no chão e o trem de pouso passa por cima do Boeing, iniciando uma sério de explosões. A aeronave da KLM volta a pista, severamente danificado, é arrastado por metros e sem seguida consumido pelo fogo. Das 396 pessoas a bordo, apenas 61 sobreviveram, incluindo as 5 do cockpit.

A aeronave, que na época era conhecida como uma das mais glamurosas, ficou marcada pela tragédia. 

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