Ciência
03/12/2018 às 10:00•2 min de leitura
Considerado sagrado pelos índios pemons e escalado pela primeira vez em 1884, o Monte Roraima — situado na tríplice fronteira entre Brasil, Guiana e Venezuela — tem origem geológica que remonta à Era paleoproterozoica, há cerca de 1,8 bilhão de anos. Formado pela sedimentação da areia do mar, seu formato de mesa foi lapidado ao longo do tempo pela ação dos ventos e das chuvas, e, na mesma região onde ele se situa, ficam outras seis montanhas com características semelhantes.
Ele é um tepui, uma formação rochosa em forma de mesa, típica de uma parte da região norte da América do Sul chamada Planalto das Guianas. Os 90 quilômetros quadrados do seu cume o fazem ser considerado a maior montanha plana do mundo.
Fazer trekking no Monte Roraima e alcançar seu cume, situado a 2,8 mil metros acima do nível do mar, são um verdadeiro sonho para os brasileiros que praticam o montanhismo; a empreitada, no entanto, exige preparo e disposição de sobra. A trilha começa na aldeia indígena Parai-Tepui, na Venezuela, e, dependendo da quantidade de locais a serem visitados, pode durar até 8 dias.
A primeira subida ao topo do Roraima de que se tem registro foi feita por uma expedição britânica, liderada pelo botânico Everard Ferdinand Im Thurn. O caminho, realizado pelo lado venezuelano, é utilizado até os dias de hoje como principal rota de acesso ao ponto culminante do monte. Esse é o único jeito de chegar até lá — já que, pelo lado brasileiro, há um paredão vertical de mil metros de altura.
Em 1842, o explorador britânico Robert Hermann Schomburgk esteve na região do Monte Roraima e coletou espécies de plantas até então desconhecidas dos cientistas. Os relatos dele e de outros aventureiros atiçaram a curiosidade dos europeus daquela época, que imaginavam os planaltos da bacia amazônica como o lar de animais pré-históricos e organizadas comunidades de primatas.
Em 2014, o Monte Roraima foi um dos cenários da novela "Império", da Rede Globo. No folhetim de Aguinaldo Silva, o personagem de Alexandre Nero, o Comendador José Alfredo, protagonista da história, descobriu uma grande jazida de diamantes na montanha, e essa seria a fonte da sua misteriosa fortuna. No mundo real, porém, o tepui é composto apenas de rocha, água, plantas nativas e alguns minerais de pouco valor.
Conhecido como "Madre de las Águas", o Monte Roraima é chamado assim por abrigar mananciais de alguns rios e belas cachoeiras. Em seu amplo cume, florescem inúmeras espécies vegetais — destacam-se musgos, bromélias, plantas carnívoras e pequenas árvores endêmicas da região.
A temperatura média durante o dia é de 25 graus e, quando a noite cai, pode diminuir vertiginosamente, chegando facilmente a zero graus ou menos. Por causa da proximidade da Linha do Equador, as chuvas são bastante frequentes, e, mesmo no verão, quando o clima na região tende a ser mais seco, os temporais não dão trégua. Alguns aventureiros, porém, preferem desbravar o Roraima durante o inverno, quando há mais chuva, só para contemplar as belas quedas-d'água que despencam pelas encostas do tepui.
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