Ciência
08/01/2019 às 06:00•2 min de leitura
As temperaturas estão subindo, mas não mais que o valor da conta de luz no fim do mês. Essas podem ser algumas das razões pelas quais os filtros de barro estão na moda e são cada vez mais procurados nas lojas. Além de não usarem energia elétrica para separar as impurezas da água, eles mantêm a água fresquinha sempre, mesmo no auge do calor do verão. Mas como isso é possível?
A resposta é física. A parte de cima armazena a água que será filtrada pela força da gravidade, lentamente, de gota em gota. Com a lentidão e a pressão, a água passa pelas paredes porosas do filtro, que consegue segurar partículas de até 1 micron (1 milionésimo de metro), o que garante que a maior parte dos poluentes e bactérias não desçam para o compartimento de baixo. Essa resposta é fácil de ser compreendida e até deduzida. Mas e a questão da temperatura?
De acordo com Alexandre Veiga, professor de Física do Colégio Marista Frei Rogério, a argila que compõe o filtro é a principal responsável pelo fenômeno térmico. “O filtro de barro é feito de argila, material poroso e permeável, que tem como principal característica a troca de calor com o ambiente externo. As moléculas que ‘evaporam’ absorvem calor, e essa evaporação com troca de calor causa a diminuição da temperatura da água, mantendo-a no interior do filtro de barro sempre fresca”, explica.
Veiga explica que isso também acontece com o corpo humano e cita nossa transpiração, por exemplo. “Assim como a função da evaporação do suor é diminuir a temperatura da pele, a água que evapora do filtro baixa a temperatura da água”. Com esse mecanismo simples e econômico, os filtros de barro conseguem manter a água até 5 ºC mais fria do que a temperatura ambiente.
A recomendação dos especialistas é evitar deixar o filtro diretamente na luz do Sol, já que isso aumentaria a evaporação da água, e também mantê-lo longe de locais muito úmidos, pois isso dificultaria a transpiração. De resto, pode abraçar a onda retrô e se refrescar à vontade.