Ciência
27/12/2019 às 08:24•1 min de leitura
O jenipapo é muito conhecido no Norte e Nordeste do país. Ele é encontrado por toda a América Central e do Sul, e pode ser usado para preparar tintas, pintura corporal, bebidas, doces e muito mais. Mas agora, sua fama está crescendo por uma razão inusitada. O fruto não maduro pode ser usado na criação de comidas azuis.
Em 2014, o professor e biólogo Valdely Kinupp publicou um livro chamado Plantas Alimentícias não Convencionais (PANC) no Brasil, detalhando o processo para extrair o pigmento azul comestível do jenipapo. Como pigmentos naturalmente azulados são muito raros na indústria alimentícia, a descoberta de Kinupp causou um grande impacto.
Por mais que o processo de extração criado pelo biólogo tenha despertado o interesse sobre as propriedades pigmentantes do fruto, foi um artigo da escritora gastronômica Neide Rigo em 2017 que lançou a moda da febre azul. O tom que Kinupp conseguiu era tão escuro que quase parecia preto, então, foi através do velho processo de tentativa e erro que Rigo fez uma descoberta revolucionária – a genipina, substância responsável pela coloração do fruto, ganhava um tom mais vívido ao reagir com proteínas e aminoácidos.
Segundo a escritora, muitas pessoas passaram a usar leite como base para o novo corante, pois além de abrir espaço para vários tons, ele também é rico em proteínas e aminoácidos, além de ser ingrediente em muitos pratos.
A popularidade dos alimentos azuis não é tão difícil de explicar. Afinal, os pratos ficam lindos e não contam com ingredientes artificiais para atingirem a cor. E aí, você provaria um pão azul?