Ciência
15/02/2020 às 03:00•2 min de leitura
As variadas culturas têm diferentes concepções acerca do mundo como um todo e isso inclui obviamente a alimentação. Em determinadas culturas, certos tipos de alimentos são interditados ao consumo. Um exemplo disso é o fato dos muçulmanos (e judeus) não poderem comer carne de porco.
O porco é um dos animais mais utilizados na gastronomia de diferentes partes do mundo. Talvez seja por isso que o costume dos muçulmanos de não ingerir a carne desse animal desperte a curiosidade das demais pessoas.
A primeira razão para essa proibição é que, de acordo com o Alcorão, o livro sagrado do islamismo, Allah teria dito o seguinte:
"Ele vos proibiu, apenas a carne do animal morto, e o sangue, e a carne de porco..." (Alcorão, 2:173).
A única exceção a esse regra seria nos casos em que a pessoa corre risco de vida e ela não tem como obter nenhum outro tipo de alimento. Ou seja, ela só pode comer esse tipo de carne caso a vida dela dependa disso.
Isso se baseia no princípio islâmico do shar'i, que diz: "Em casos de necessidade, as coisas 'haraam' são permitidas". Só para esclarecer, 'haraam' seriam os atos ilícitos e halaal, as coisas lícitas.
A carne de porco é considerada impura, maligna e ilegal e isso explicaria, nesse mesmo sentido, sua proibição.
Uma outra explicação sobre a proibição da ingestão da carne deste animal seria a higiene no mesmo. Como ele se mexe e remexe na lama, e come as próprias fezes, o porco então não seria uma animal muito saudável e, portanto, não seria recomendado comê-lo, pois a ingestão da carne poderia provocar doenças e infecções.
No entanto, isso não é inteiramente verdade. Ele não é sujo por si só — na verdade, depende das condições proporcionadas por quem o cria. Se ele tiver água limpa e comida em abundância, dificilmente recorrerá às más práticas de higiene.
A carne suína pode transmitir algumas doenças, como a triquinose, a cisticercose e hepatite E. Mas essa é uma descoberta recente, então é pouco improvável que isso tenha tido alguma influência na origem da proibição.