Ciência
05/02/2021 às 13:00•2 min de leitura
A máfia na cidade de Nápoles, na Itália, tem dado trabalho para os serviços de atendimento médico da região. Segundo relatos, os criminosos teriam ameaçado equipes de ambulâncias para desligarem suas sirenes, visto que o som era muito parecido com os carros da polícia.
Com o aumento de casos de mafiosos armados pelas ruas do município causando problemas para o setor da saúde, diversos motoristas de ambulância e equipes de primeiros socorros passaram a pedir escolta policial durante as últimas semanas. De acordo com a imprensa do país, esse é um problema que já ocorre há anos, mas se intensificou durante a pandemia de covid-19.
Ao que tudo indica, a confusão envolvendo o som e as luzes causadas pelas sirenes das ambulâncias na Itália representa um mau negócio para a máfia italiana. Isso porque esse tipo de incidente costuma atrapalhar a rotina dos traficantes e amedrontar alguns clientes, consequentemente prejudicando o número de vendas em determinada região.
Em entrevista para a imprensa italiana, um motorista traumatizado relatou como foram suas experiências com os criminosos pelas ruas de Nápoles. Segundo o homem, ele conduzia sua ambulância pela cidade quando foi abordado por dois homens em uma motocicleta ameaçando lhe matar.
“Você não ouviu que não pode usar sua sirene aqui? Desligue agora ou eu vou atirar”, teria dito um dos rapazes armados ao condutor.
Líder de uma filial local de uma organização que luta contra a violência contra profissionais médicos, Manuel Ruggiero possui experiência vasta de vida quando o assunto é lidar com os mafiosos pelas ruas da Itália. Em entrevista para o Daily Mail, o médico de emergência confirmou que existem bairros de Nápoles onde as ambulâncias desativam suas sirenes por medo dos criminosos.
“Nós já fomos ditos para não usar nossas sirenes em outros bairros, incluindo Sanità e Traiano, onde as ambulâncias só podem ativar o dispositivo após ultrapassar determinada área”, disse. De acordo com Ruggiero, também é comum que os médicos sejam atacados por parentes mafiosos de pessoas que não puderam ser salvas.
Atualmente, diversos políticos têm cobrado o governo italiano para tornar a luta contra a máfia uma prioridade nacional, o que incluiria maior proteção para que os profissionais de saúde possam trabalhar em paz.