Estilo de vida
20/02/2021 às 03:00•6 min de leitura
Você já ouviu falar no Café de Jacu? Ele é um dos mais caros do mundo, com seu valor por quilograma podendo ser revendido internacionalmente por até US$ 1 mil (cerca de R$ 5.390). Embora o valor de muitos desses grãos gourmet seja até compreensível, no caso do Jacu, a situação é um pouco mais peculiar. Afinal, ele é basicamente feito de… fezes de pássaros!
Conhecido internacionalmente como Jacu Bird Coffee, a iguaria é feita com os grãos comidos e expelidos pelo pássaro homônimo, sendo produzida na Fazenda Camocim, no Espírito Santo, e importado para diferentes regiões no mundo.
O idealizador da bebida exótica foi o fazendeiro Henrique Sloper de Araújo. Inicialmente, Sloper queria afastar os Jacus de sua propriedade, porém ninguém podia ajudá-lo, pois a ave é protegida por lei.
Então, ele percebeu que poderia aproveitar a oportunidade e usou de inspiração o Kopi Luwak, um café indonésio conhecido por ser o mais caro do mundo e elaborado com os grãos ingeridos pelo civeta, um mamífero parecido com o gambá.
Logo, Sloper decidiu tentar algo parecido com o Jacu. Segundo o fazendeiro, o maior desafio foi convencer seus trabalhadores a pararem de colher os grãos de café e começarem a coletar as fezes dos pássaros depois se alimentarem com os produtos da plantação.
O processo do café de Jacu envolve limpar e separar manualmente os grãos das fezes e depois lavá-los muito bem, tomando cuidado com as membranas que o protegem. Além do processo trabalhoso, outro fator que encarece a mercadoria é a qualidade e quantidade.
Afinal, o fazendeiro garante que os pássaros ficam soltos, sendo preciso uma verdadeira “caçada” para encontrar as fezes, e são alimentados apenas com os melhores grãos que existem no país!