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25/03/2021 às 07:33•2 min de leitura
Nesta quinta-feira, 25 de março, é comemorado o Dia Nacional do Orgulho LGBT. A data promove, além de uma celebração, também uma reflexão sobre a causa e a vida da população LGBTQIA+ no Brasil.
Apesar da falta de pesquisas recentes, um levantamento da Universidade de São Paulo, em 2009, calculou que cerca de 7,5% da população brasileira é composta por gays, lésbicas e bissexuais.
Essas milhares de pessoas (e muitas outras que ainda sofrem preconceito para falar e expor sobre a orientação sexual e de gênero) são vítimas de uma grande onda de violência no país, que é um dos piores nesse quesito. Veja, a seguir, curiosidades sobre este 25 de março.
Além de homens e mulheres homossexuais e bissexuais, hoje é uma data em que também é lembrada a condição de transexuais, travestis, queer, intersexuais, assexuados e outras possibilidades de identidade de gênero e orientação sexual. A sigla que representa o público é a LGBTQIA+.
São Paulo orgulhosamente possui a maior parada gay do mundo. A 23ª edição do evento, que foi realizada em 2019 e foi a última antes da pandemia, reuniu cerca de 3 milhões de pessoas na Avenida Paulista, um dos pontos mais importantes da cidade.
Apesar do número há dois anos, a festa já chegou a reunir 5 milhões de pessoas, deixando o evento na frente de edições em grandes metrópoles do mundo como São Francisco, Tóquio e Sydney.
Do outro lado da moeda, infelizmente o Brasil ocupa posição de destaque no ranking de violência contra pessoas LGBTQIA+. De acordo com levantamento realizado pelo Grupo Gay da Bahia, a cada 20 horas uma pessoa é morta no Brasil pela LGBTfobia, que é o conceito usado para definir os crimes e ações violentas contra as minorias sexuais.
A pesquisa realizada pela instituição baiana coloca o nosso país na liderança mundial de criminalidade contra gays, travestis e transgêneros. Em seus relatórios, o Grupo Gay da Bahia lembra que essa população não é vítima somente de agressões de terceiros, mas também de suicídio. Por causa da homofobia, as minorias sexuais têm 6 vezes mais chances de tirar a própria vida no Brasil.
O Brasil segue a passos lentos para integrar e proteger a população LGBTQIA+ de maneira integral. Um dos avanços mais importantes dos últimos anos, porém, foi a aprovação do projeto de criminalização da LGBTfobia. A decisão foi tomada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em 2019, e tornou crime a homofobia e a transfobia. A partir da decisão, atos de preconceito contra gays e transexuais começaram a receber uma tipificação específica e penas maiores.
O ano de 1969 é um dos marcos para as minorias sexuais. Foi naquela época que aconteceu a Revolução de Stonewall nos Estados Unidos, representada por uma série de protestos contra a invasão policial a um bar gay de Nova Iorque. O fato repercutiu no mundo todo, incluindo por aqui.
Desde então, o Brasil já conseguiu vitórias importantes como o reconhecimento da identidade de gênero em documentos sociais; fim do tratamento da homossexualidade como doença; casamento civil; permissão de adoção de crianças por casais homoafetivos e fim da "cura gay".
Apesar das vitórias, o país ainda tem um longo caminho a percorrer para que transexuais, travestis, queer, intersexuais, assexuados e outras minorias se sintam respeitadas e seguras vivendo por aqui.