Ciência
16/04/2021 às 07:00•2 min de leitura
Apaixonado por uma mulher divorciada que conhecera, um membro da realeza britânica resolveu se casar com ela, a despeito da oposição da família e da opinião pública da Inglaterra. Preocupado com o clima hostil à esposa, o marido resolveu afastar-se das suas funções reais, e o casal viajou para o Canadá.
Edward e Wallis (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Quem pensou que estamos nos referindo ao príncipe Harry e a Meghan Markle, está totalmente enganado: a história acima ocorreu com o então rei Edward VIII, que abdicou do trono em 1936 para se casar com a socialite norte-americana Bessie Wallis Simpson.
Quando Wallis morreu em Paris em 1986, Meghan tinha apenas quatro anos em Los Angeles. Contudo, mesmo sem nunca terem convivido, a história de vida de ambas acaba apresentando algumas semelhanças que se tornaram motivo de comparação em uma reportagem recente da BBC.
Fonte: AllegedStalker/Twitter/Reprodução
Assim que o rei Edward VIII da Inglaterra anunciou, em dezembro de 1936, que estava abdicando do trono de um império de meio bilhão de súditos, para se casar com uma mulher que acabara de se separar do seu segundo marido, Wallis Simpson foi taxada de ser alpinista social, além de aventureira barata, lésbica, ninfomaníaca, espiã nazista e hermafrodita.
Em fevereiro passado, 85 anos depois que o rei Edward VIII abdicou, o duque e a duquesa de Sussex anunciaram que não retornariam mais como membros ativos da família real britânica. Depois do comunicado oficial, Meghan falou em uma entrevista a Oprah Winfrey sobre os ataques que sofrera: desde gozações da mídia a calúnias envolvendo seu nome e até mesmo racismo.
Fonte: CBS/Reprodução
A pesquisadora e historiadora francesa Olivette Otele pontuou para a BBC algumas diferenças entre as duas mulheres: “uma era socialite”, diz a professora da Universidade de Bristol, “e a outra é uma mulher independente e bem-sucedida, que conta com sua própria renda para ganhar a vida".
Embora Wallis Simpson tenha sido massacrada pela imprensa britânica, diz Otele, os ataques racistas velados e públicos dirigidos a Meghan Markle, que é birracial, são odiosos, pois acrescentam à discriminação pela condição feminina, uma cruel atribuição de inferioridade baseada unicamente da cor da pele. Sem contar que, com a internet, tudo isso foi replicado para o mundo em segundos.