Artes/cultura
21/06/2021 às 05:00•2 min de leitura
Com os baixos níveis de água apresentados nos reservatórios de hidrelétricas por todo o Brasil, o Governo Federal passou a estudar a possibilidade de implementar uma medida para que a população consuma energia fora do horário de pico. Entretanto, essa é uma proposta bastante parecida com o que já era entregue pelo Horário de Verão no passado.
Revogado pelo presidente Jair Bolsonaro em 2019, o Horário de Verão foi introduzido no Brasil em 1931 por Getúlio Vargas e por décadas serviu como uma tentativa de economia de energia elétrica no país. Então, vamos entender um pouquinho mais sobre como essa medida funcionava!
(Fonte: Pixabay)
Quando começava o Horário de Verão, os habitantes de 10 estados do país e do Distrito Federal deveriam adiantar seus relógios em uma hora. Essa medida "prolongava" a presença do sol em períodos úteis e reduzia os consumos de energia elétrica nos chamados horários de pico.
Porém, como isso realmente contribuía para a economia de energia? Ao posicionarmos as horas dos dias de maneira diferente, é possível garantir que a luz solar seja melhor aproveitada e o consumo de energia com iluminação artificial reduza consideravelmente. Entre 2014 e 2015, por exemplo, a diminuição gerou uma economia de R$ 278 milhões para os cofres nacionais.
O Horário de Verão é um método utilizado em diversos lugares do mundo e funciona especialmente para as regiões mais distantes da linha do Equador — motivo pelo qual era adotado apenas nos estados mais ao sul do Brasil. Além disso, essa medida é estabelecida durante o verão porque essa é a estação do ano com maior incidência solar.
(Fonte: Wikimedia Commons)
O Horário de Verão pode não parecer vantajoso porque, de maneira geral, a redução de gastos nas contas de energia elétrica dos brasileiros não era muito expressiva. Por outro lado, o benefício desse tipo de medida vai muito além da questão financeira e também passa por uma motivação sustentável.
A introdução de práticas nesse sentido provoca uma redução no consumo de água dos reservatórios das hidrelétricas de aproximadamente 0,4%, o que reduz as chances do sistema de abastecimento elétrico entrar em crise. Por fim, esse modelo econômico também evita a sobrecarga do sistema elétrico entre as 18h e 21h, reduzindo em 4,5% a demanda durante esse período — ou 2.595 megawatts em números totais.