Estilo de vida
17/07/2021 às 07:00•2 min de leitura
Ao chegar a um restaurante, pedir o cardápio (ou menu) é algo automático, afinal, hoje a presença dele é obrigatória mesmo nos estabelecimentos mais simples. Porém, nem sempre foi assim.
Inicialmente, os restaurantes anunciavam a variedade de pratos por meio de uma placa que era colocada próximo da porta de entrada ou na fachada dos estabelecimentos, a qual era denominada carte. Aliás, foi esse termo que deu origem à expressão "à la carte", que se refere a um pedido que não é sob rodízio, sequência ou buffet. Isso ainda existe, você pode ver cavaletes por aí com o cardápio do dia, chamando possíveis clientes famintos.
Como a possibilidade de escolha dos estabelecimentos é cada vez maior, para maior praticidade, os restaurantes criaram uma versão pequena da carte e que é oferecida diretamente aos clientes. Por seu tamanho reduzido, foi denominada menu, que é uma variação do termo minutu, do latim diminuto.
Os franceses reivindicam a criação dos menus. Além da pronúncia da palavra dar uma dica sobre sua origem, há registros deles de 1751, quando o rei Luís XV da França promoveu um banquete para a aristocracia que apoiava seu reinado.
Na ocasião, as opções de pratos eram diversas (48 ao todo) e assim teria sido necessário relacionar tudo o que estava disponível. Seria impossível que os convidados lembrassem de um terço dos itens se não recebessem a informação por escrito.
Comer bem é realmente um prazer, mas a gastronomia tinha ainda outro objetivo: o de apresentar uma civilização diferenciada das demais cortes europeias, em que o rei era servido de maneira nunca vista. Vem daí a ideia de um jantar chique, com vários tipos de taça e de talher em uma mesa rodeada por dezenas de garçons.
Mas eles não são os únicos a reivindicar a origem do cardápio. Os alemães, embora não tenham registros do fato, alegam que os cozinheiros do duque Heinrich Brunswick-Wolfenbüttel relacionaram em pergaminho as comidas servidas durante uma reunião promovida pelo duque que visava unir forças para combater Martinho Lutero, idealizador da Reforma Protestante.
Pode parecer estranho que uma ferramenta tão útil tenha sua origem em uma reunião de disputa de poder religioso, não é mesmo?
Com o tempo, o menu extrapolou os limites da gastronomia, sendo quase uma carta de apresentação do restaurante. Portanto, é comum que traga informações sobre a história do estabelecimento, sua missão e seus valores. Ele faz parte da experiência proposta pela casa.
As fontes, cores e imagens se remetem à história que os proprietários querem transmitir, por isso são cuidadosamente elaborados para servir como canal de comunicação entre proprietários e clientes. Diante dessa importância, são alvos de atenção das áreas de Publicidade e Marketing.
Bem, seja francês, seja alemão, o fato é que o cardápio merece sua atenção. Tem uma história e tanto!