Estilo de vida
09/08/2021 às 12:00•3 min de leitura
Desde o fim das últimas eleições norte-americanas, em 2020, as novas discussões entre grupos políticos reviveram a procedência do sistema eleitoral, colocando frente a frente a confiabilidade do sistema eletrônico e a logística do sistema impresso. Confira abaixo as principais informações sobre essas modalidades eleitorais e conheça as vantagens e as desvantagens de suas aplicações em um dos deveres mais importantes das populações.
Inaugurado em 1982 pelo juiz de direito Carlos Prudêncio, o coletor eletrônico de voto (CEV) foi uma máquina especializada na contagem e na apuração de votos fabricada para entregar acessibilidade, resistência, facilidade de transporte e confiabilidade em relação ao sigilo e à coleta. O dispositivo foi o "pai" das urnas eletrônicas atuais e inovou o sistema eleitoral ao computar votos por meio de componentes mecânicos ou eletro-ópticos, contando com ferramentas avançadas de gerenciamento e banco de dados.
Por conta de ser um sistema informacional gerido "secretamente" por humanos, muito se discute sobre fraudes ou falhas nos principais processos das urnas eletrônicas. Em um universo lotado de hackers, programas maliciosos e softwares invasivos, os computadores são alvos constantes de grupos mal-intencionados e não são tidos por muitos como uma ferramenta confiável para fins eleitorais.
Na pressa para entregar máquinas competentes, especialistas sacrificam a precisão e adicionam novas etapas, aumentando a probabilidade de erros, em sua grande maioria mínimos, mas que poderiam ser capazes de afetar significativamente os resultados. Além disso, muitas máquinas não estariam preparadas para acessibilidade e poderiam confundir eleitores com instruções diferentes, com a possibilidade de gerarem um efeito cascata entre vários dispositivos simultâneos.
Segundo o Ministério Público, as urnas eletrônicas são auditadas e verificadas inúmeras vezes por órgãos competentes e são produzidas para enfrentar todo tipo de risco, seja em relação às vulnerabilidades do sistema ou às eventuais condições climáticas e de transporte. Esses mecanismos são colocados à prova nos Testes Públicos de Segurança (TPS) e contam com atualizações e melhorias constantes.
(Fonte: TSE / Reprodução)
O resultado dos boletins de urna podem ser acompanhados em tempo real pelo TSE e se destacam por ser o meio mais rápido para entregar resultados, geralmente encerrando todos os procedimentos no mesmo dia da votação, mesmo que ocorra de forma descentralizada. Além disso, as máquinas utilizam um software com as mais modernas tecnologias de criptografia, assinatura digital e resumo digital.
Atualmente, esse sistema é amplamente utilizado em vários países, como Brasil, Suíça, Portugal, Noruega, Austrália, Canadá e outros, totalizando 46 nações.
No Brasil, os primeiros registros de votação ocorreram na era colonial, com a eleição de 1532 para o Conselho Municipal da Vila de São Vicente, em São Paulo. Na época, o sistema era realizado por cédulas escritas e chamou a atenção de grupos opositores por inúmeras acusações de fraudes, supostamente relacionadas a pessoas votando com o nome de outras.
As principais críticas sobre o voto impresso fazem referência a um retrocesso no sistema eleitoral, visto que ele nega a inclusão de tecnologias para resgatar uma tradição secular de eleições escritas em um pequeno pedaço de papel. Porém, diferentemente do voto eletrônico, o sistema conta com um custo estimado em R$ 2,5 bilhões apenas para se adaptar às urnas, sem contar possíveis falhas ou perdas.
(Fonte: Reuters / Reprodução)
Além disso, a contagem de votos impressos, que ocorre de forma manual e lenta, resultaria em atrasos obrigatórios para a emissão dos resultados finais e parciais, dando brecha para contagens erradas, grande possibilidade de quebra de sigilo e fraudes provenientes de todas as etapas, desde a coleta até a contagem.
Entre os argumentos que se posicionam a favor do voto impresso, há afirmações sobre a auditabilidade dos votos e sobre a possibilidade de recontagens confiáveis caso existam questionamentos sobre os resultados. Suas características de segurança e menor risco às vulnerabilidades computacionais também são pontos validados pelos defensores do modelo, que criticam as intenções por trás de computadores e os riscos de entregar o futuro de uma nação a máquinas imperfeitas.
Atualmente, o sistema de voto impresso auditável é utilizado na Inglaterra, na França, na Alemanha, na Holanda, nos Estados Unidos, nos Países Baixos etc.