Ciência
15/08/2021 às 04:00•2 min de leitura
Quando recebemos uma encomenda em nossas casas, raramente pensamos sobre a dificuldade em abrir a embalagem. Pode até ser que encontremos alguma “barreira” (se o produto foi bem condicionado), mas geralmente vencemos esse “desafio” sem grandes problemas.
Essa não é a realidade para cerca de 1 bilhão de pessoas que vivem com algum tipo de deficiência, sendo que pelo menos 200 milhões delas provavelmente não conseguiriam fazer algo “simples” como abrir uma embalagem.
Essa realidade chama a nossa atenção para um problema que poucas pessoas (e empresas) se preocupam, mas que prejudica a experiência de milhares: a acessibilidade na embalagem dos produtos, ou, para usar um termo mais moderno: o design inclusivo.
Pensar no design também envolve a criação de embalagens acessíveis. (Fonte: Microsoft/Divulgação)
A página que leva o nome desse conceito traz uma definição perfeita para o que significa design inclusivo: trata-se tão somente de projetar produtos pensando nas necessidades específicas das pessoas com deficiência (sejam elas permanentes, temporárias, situacionais ou mutáveis) conforme as suas respectivas situações.
O site resume isso em “colocar as pessoas em primeiro lugar” na hora de criar um produto ou uma solução. E isso deveria envolver todas as pessoas que participam do processo de criação, desde os designers, desenvolvedores, artistas até conteudistas e profissionais de UX.
Contudo, nesse processo, a embalagem pode acabar ficando de fora, o que torna a aplicação do princípio de design inclusivo incompleta. Por isso, pensar na acessibilidade na hora do “unboxing” também é um aspecto importante para quem se preocupa com a experiência dos consumidores.
Com o aumento das compras online durante a pandemia, a questão da acessibilidade das embalagens se tornou ainda mais importante. (Fonte: Microsoft/Reprodução)
A pandemia gerada pelo novo coronavírus ajudou a escancarar ainda mais esse problema. Como fomos obrigados a passar mais tempo em casa, o número de encomendas pela internet aumentou exponencialmente e diversas embalagens começaram a ser entregues nas casas.
Mas como resolver esse problema e conferir a liberdade necessária aos que têm dificuldade motora para abrir as suas próprias embalagens?
A receita é óbvia: seguir os princípios do design inclusivo, desde a criação do produto até a sua embalagem. E há bons exemplos na indústria que podem inspirar aqueles que resistem a realizar essa justa adaptação.
A Microsoft não somente criou um controle totalmente adaptado para as necessidades físicas específicas de quem sofre algum tipo de deficiência, como também concebeu uma embalagem espetacular para quem quer fazer o unboxing desse produto.
Confira o vídeo abaixo para entender o que estamos falando:
Tratando do produto propriamente dito, a Unilever também lançou recentemente um desodorante projetado para pessoas com deficiência. Esses exemplos mostram que é possível colocar as pessoas em primeiro lugar quando o assunto for criar produtos.
Lançado recentemente, o novo desodorante da Unilever é um bom exemplo de produto inclusivo. (Fonte: Unilever/Divulgação)
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E você, o que pensa sobre o design inclusivo e a criação de embalagens com mais acessibilidade? Conhece mais algum outro exemplo de embalagem inclusiva para compartilhar com a gente?