Ciência
07/09/2021 às 11:00•2 min de leitura
As autoridades policiais na Filadélfia, nos Estados Unidos (EUA), criaram uma estratégia para diminuir o número de usuários de drogas em espaços públicos. Para isso, lâmpadas de luz azul foram distribuídas para que os estabelecimentos locais colocassem em seus banheiros ou nas portas de entrada.
A razão dessa troca seria pelo fato de a luz azul tornar mais difícil, aos usuários de drogas intravenosas, encontrar uma veia no braço. Mas até que ponto esse "plano mirabolante" para desencorajar o consumo de ilícitos realmente funciona? Vamos entender um pouco mais esse tema.
(Fonte: Unsplash)
Há 2 anos, o Departamento de Saúde da Filadélfia passou a distribuir luzes coloridas a residentes para que as instalassem na porta de entrada de suas casas, a tentativa era de prevenir o consumo público de drogas. Essa foi uma medida que se popularizou em 2018, quando lojas de varejo e redes de lojas de conveniência passaram a colocar as famosas luzes azuis em seus banheiros nos EUA.
Recentemente, essa estratégia passou a ser adotada pelas lojas da Starbucks, na Filadélfia, 1 ano após 2 homens negros terem sido presos em um incidente dentro de um dos estabelecimentos sem nem sequer ter participação no uso de drogas. Para prevenir que algo parecido ocorresse novamente, os banheiros da cafeteria foram abertos ao público — mas com as luzes amarelas substituídas pelas azuis.
Entretanto, muito ainda se questiona sobre a eficácia dessa técnica. Alguns especialistas acreditam que é pouco provável que as lâmpadas coloridas consigam reduzir o consumo de drogas na cidade e talvez até mesmo provoquem mais fatalidades.
(Fonte: Pixabay)
Segundo um estudo publicado no Harm Reduction Journal em 2013, a luz azul não deve impedir que mais pessoas usem drogas. Em vez disso, os usuários continuarão com o plano original, mas estarão mais suscetíveis a sofrerem lesões no corpo por não enxergarem direito.
Além disso, existe uma linha de raciocínio na qual se acredita que dependentes químicos se droguem em ambientes públicos para que, caso sofram uma overdose, possam ser achados por outras pessoas. A luz azul pode até ser eficiente para afastar os usuários de drogas dos espaços públicos, mas pode resultar em um aumento de fatalidades.
Ao levar o consumo de drogas para áreas afastadas dos centros urbanos, as autoridades terão mais dificuldades para controlar o consumo de entorpecentes e resgatar cidadãos em risco de vida.