Ciência
03/05/2022 às 12:00•2 min de leitura
Nos últimos anos, a Air Fryer, ou fritadeira elétrica, se tornou a queridinha dos cozinheiros amadores brasileiros. De acordo com uma pesquisa do Euromonitor de 2020, o Brasil já é o segundo país que mais compra esse eletrodoméstico no mundo — e o sucesso de vendas vem aumentando exponencialmente desde 2016.
Em 2020, no início da pandemia de Covid-19, as vendas da fritadeira cresceram 22% no Brasil. Em partes, esse crescimento foi fruto das medidas restritivas que fecharam bares e restaurantes. Sendo assim, muitas pessoas decidiram fritar suas porções em casa.
A air fryer frita os alimentos com ar quente. Por isso, as empresas que vendem esse produto dizem que ele é um aliado das dietas saudáveis sem abrir mão do sabor. Mas como é possível fritar algo sem óleo?
(Fonte: Shutterstock)
A humanidade tem recorrido à fritura de alimentos há muitos séculos. Um dos registros mais antigos do uso dessa técnica data do século I d.C. Nele, o cozinheiro romano Marco Gávio Apício ensinava a fritar peixes. A receita foi registrada no livro De re coquinaria, elaborado por Marcus Gavius Apicius entre 25 a.C. e 7d.C., e compilava várias receitas romanas. Desde então, a fritura foi se tornando cada vez mais popular.
Um dia, os médicos começaram a questionar os seus benefícios para a saúde. O uso de óleo quente torna a comida saborosa e crocante, mas também aumenta o número de calorias, o que pode contribuir para o surgimento da obesidade e das doenças relacionadas a ela, por exemplo.
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A fritadeira com ar quente, ou air fryer, foi patenteada em 1989 pelo inventor americano Chad S. Erickson. A tecnologia consiste em aquecer o ar ao fazê-lo girar rapidamente dentro de sua bandeja interna. Ao entrar em contato com a crosta do alimento, o ar consegue dourá-lo, da mesma forma que o óleo quente. Além disso, o ar quente ainda cozinha a comida por dentro.
A ideia atendeu a uma demanda não foi suprida pelos fornos micro-ondas, incapazes de dourar um alimento, além de ser mais rápida do que os fornos convencionais.
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Nem todo mundo é fã dessas fritadeiras. Circulam na internet textos que afirmam que usar a air fryer pode causar câncer. O forno de micro-ondas também foi vítima dessa acusação, devido à desconfiança das pessoas com a nova tecnologia.
Segundo os detratores da air fryer, a fritadeira faria com que substâncias cancerígenas surgissem nos alimentos, devido à temperatura superior a 120?°C. Em entrevista à revista da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), a especialista em Nutrição Oncológica, Erika Simone Carvalho, falou sobre o tema.
Uma das substâncias que têm dado medo nas pessoas é a acrilamida. Ela aparece nos alimentos ricos em amido expostos a altas temperaturas. “Estudos em animais mostraram uma ligação entre alimentos cozidos demais, que contêm acrilamida, e o risco de câncer. Entretanto, avaliações em humanos não encontraram nenhuma evidência científica da ligação entre comer alimentos contendo acrilamida e o risco de câncer”, explicou a especialista.