Ciência
17/08/2022 às 13:00•2 min de leitura
Compartilhar as emoções de pessoas de quem gostamos é uma etapa importante das relações humanas. É o que chamamos de empatia. No entanto, pesquisas recentes demonstram que ser empático demais pode trazer graves impactos à vida, em especial à saúde mental.
Saber lidar com as questões emocionais é um dos grandes desafios contemporâneos, que vê os índices de doenças como a depressão crescerem na sociedade. As novas descobertas devem ser aliadas a derrubar o tabu que ainda recai sobre os cuidados com a saúde mental, em especial com homens.
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De modo amplo (e um tanto genérico), a empatia diz respeito a capacidade humana de se colocar na situação de outro indivíduo, de se identificar e sentir o mesmo que outra pessoa. Porém, é importante frisar que não há consenso entre cientistas e psicólogos sobre este conceito.
No entanto, um estudo publicado no ano de 2021 parece ser capaz de resolver este problema. Analisando a literatura publicada ao longo de 40 anos, concluíram que a melhor forma de definir a empatia seria centralizar em temas que envolvem compreender, sentir e compartilhar os sentimentos de outra pessoa, sem perder a diferença entre o eu e o outro.
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Ter empatia é um fator decisivo para que os humanos sejam capazes de construir e manter relacionamentos. Ela é preponderante em nos fazer estabelecer conexões com outras pessoas de modo mais profundo. Contudo, esse compartilhamento de emoções envolve contágio emocional. Isto é, experimentamos as sensações de outras pessoas, positivas e negativas.
Logo, o excesso de experimentações de emoções negativas pode levar ao desenvolvimento de sérios problemas de saúde mental. Isto porque no momento em que somos empáticos acabamos priorizando as emoções de outras pessoas, o que pode desencadear processos como ansiedade e depressão. Psicólogos chamam de "fadiga da compaixão".
Então, quando perdemos a capacidade de regulação emocional, de modular nossas emoções oriundas de outras pessoas, podemos nos machucar. Situações como estas podem nos tornar menos produtivos e menos úteis às pessoas que podem precisar de nossa ajuda. Também afetam nossa tomada de decisão moral, levando a que ajamos menos com a nossa razão.
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O primeiro passo é procurar identificar que você esteja se sentindo esgotado e sobrecarregado emocionalmente pela preocupação com outras pessoas. Dores de cabeça, sensação de desesperança, insônia, fadiga física e mudanças no apetite também são sintomas associados com excesso de empatia.
A melhor maneira de tomar medidas para evitar passar por isso é procurar treinar a regulação emocional para encontrar equilíbrio e preservar seu bem-estar. Identificar as causas da ansiedade é um passo importante. Para aliviar a mente, concentração e meditação são eficazes. Estar atento à alimentação é importante para manter-se nutrido.
Outras medidas eficazes envolvem a prática regular de exercícios, a busca de atividades de lazer, dormir bem e recorrer à terapia. Esse passo, tão carregado de tabus, é uma maneira excelente para ajudar a descobrir a fonte de angústias e determinar as melhores maneiras de tratá-la. Ter empatia é importante, mas manter a saúde mental é ainda mais.