Ciência
26/12/2022 às 06:30•2 min de leitura
Irene Gut Opdyke nasceu em uma pequena aldeia polonesa, em 1922. Aos 16 anos, ela começou a estudar enfermagem e, no ano seguinte, a Segunda Guerra Mundial iniciou-se, afetando a vida dela e de centenas de milhares de pessoas.
Em 1939, Irene começou a trabalhar como enfermeira para o exército polonês, porém, foi capturada por soldados russos e levada para trabalhar em um hospital soviético. Ela só voltou à Polônia quando uma troca de prisioneiros foi realizada entre a União Soviética e a Alemanha. Mas isso não significou a sua liberdade, já que seu país estava ocupado por nazistas.
Assim que retornou à Polônia, Opdyke foi obrigada a trabalhar na cozinha de uma fábrica de munições servindo oficiais nazistas. Foi nesse local que ela testemunhou a violência de um soldado alemão contra uma criança judia e decidiu que precisava ajudar aquelas pessoas.
(Fonte: ireneopdyke.com/Reprodução)
Irene foi transferida para Tarnopol, ainda servindo refeições para soldados alemães. Enquanto trabalhava ali, ela fez amizade com 12 judeus que trabalhavam na lavanderia da fábrica.
Um dos seus primeiros atos foi avisar a esses amigos que oficiais nazistas estavam planejando a destruição de um gueto judeu próximo dali. Assim, eles puderam avisar outros amigos e familiares para que fugissem antes de terem suas casas destruídas. Além disso, Opdyke ajudou judeus contrabandeando comida e auxiliando na fuga de seis deles para uma floresta na região.
Mais tarde naquele ano, Irene foi convidada a trabalhar na casa do Major Eduard Rügemer. E aí começaria o seu ato mais ousado como aliada dos judeus no Holocausto: ela levou 12 judeus, que trabalhavam na lavanderia, para a casa de Rügemer.
(Fonte: ireneopdyke.com/Reprodução)
Assim que começou a trabalhar como governanta na casa do Major Rügemer, Irene escondeu seus amigos no porão e no sótão da mansão. Eles permaneceram escondidos por nove meses, mas, por um descuido, Opdyke esqueceu de trancar uma das portas e o Major os descobriu refugiados em sua casa.
Irene implorou ao Major para que ele não contasse a ninguém e ele aceitou com a condição de que ela se tornasse sua amante. Segundo Irene, foi muito difícil aceitar a situação, mas ela sabia que 12 vidas dependiam dela, então cedeu ao pedido do oficial nazista.
Pouco tempo depois da descoberta de Rügemer, no entanto, as forças soviéticas avançaram sobre Tarnopol e Irene e seus amigos conseguiram fugir para a floresta. Em 1949, Irene imigrou para os Estados Unidos, onde se dedicou a palestrar sobre os horrores do Holocausto até o fim de sua vida, em 2003.