Artes/cultura
02/02/2023 às 06:30•2 min de leitura
Mais de meio século depois que o Boeing 747, apelidado de "Jumbo", foi lançado no mercado, inaugurando uma nova era na aviação e trazendo passagens mais acessíveis para milhões de passageiros, sua última edição foi entregue nesta terça-feira (31) — dando fim a um capítulo muito bonito de um dos aviões mais amados no mundo.
A cerimônia de entrega da última edição foi transmitida ao vivo pela internet. A operadora de carga aérea norte-americana Atlas Air, foi quem recebeu a honraria de contar com a última edição da aeronave em sua frota. As festividades ocorreram na fábrica da Boeing em Everett, dentro do estado de Washington.
(Fonte: Boeing/Divulgação)
O novíssimo avião da Atlas Air foi relevado após uma abertura dramática das portas deslizantes do hangar da Boeing. A aeronave estava escondida atrás de bandeiras com cores de todas as transportadoras que já receberam um 747 na história. Ao todo, a empresa norte-americana conta com 56 aeronaves em sua frota.
É possível notar um detalhe significativo na lataria da edição especial do avião entregue para a Atlas Air: um decalque próximo ao nariz em homenagem a Joe Sutter, engenheiro-chefe do programa que desenvolveu o modelo e que faleceu em 2016. Sutter era considerado por muitos o "pai" do Boeing 747 e membros de sua família estiveram presentes para prestigiar o momento.
"Ele alimentou sonhos de infância e ambições de carreira e, ao mesmo tempo, impulsionou economias globais e cadeias de suprimentos", declarou John Dietrich, presidente e CEO da Atlas Air Worldwide. Outra figura importante que esteve presente no momento foi o ator e piloto John Travolta, que narrou uma série de vídeos contando um pouco mais sobre a história da aeronave. Em suas palavras, o astro de Hollywood fez um agradecimento aos funcionários da Boeing pela "aeronave mais bem pensada e segura já construída."
(Fonte: Boeing/Divulgação)
Embora o último 747 produzido não seja feito para transportar passageiros pagantes, sua entrega é outro marco para a trajetória da "Rainha dos Céus" de dois andares — aeronave que revolucionou viagens intercontinentais e até mesmo apareceu nos filmes de James Bond. Com o último Boeing 747 de passageiros entrando em serviço há mais de cinco anos, o fim de sua carreira duradoura está cada vez mais próximo.
Para um avião que nasceu antes mesmo das missões Apollo que chegaram à Lua, com criação em fevereiro de 1969, a linha de produção do Boeing 747 sobreviveu até mesmo à concorrência do Airbus A380, produzido entre 2003 e 2021. Inclusive, foi essa forte concorrência europeia que fez a empresa norte-americana declarar a última versão do design do 747 ainda em 2005, o que mostrava o início do fim.
Essa potente nave se destaca por sua distinta capacidade de carga no nariz e a posição elevada do cockpit, deixando todo o comprimento da fuselagem inferior disponível para transportar itens de grande volume, tornaram-no um favorito de carga. Para os próximos anos, a grande pergunta que não quer calar é o que a Boeing fará com a fábrica de Everett, desenvolvida exclusivamente para criar mais modelos de 747. De qualquer modo, a história da aviação agradece pelos serviços prestados por essa belíssima máquina.