Ciência
07/02/2023 às 06:30•2 min de leitura
A seda é um dos tecidos mais renomados de toda a humanidade. Historicamente, não há nada com o mesmo tipo de beleza, durabilidade e conforto já produzido pelo homem — inclusive era um artefato muito valorizado por aristocratas romanos e árabes. Por ser um tecido considerado raro, isso fazia com que se tornasse ainda mais valioso.
Por mais de mil anos, no entanto, como era produzida a seda permaneceu um segredo bem guardado pela China Antiga, que não queria abrir mão do seu monopólio de maneira alguma. Naquela época, a seda chegava a ter o mesmo valor em peso do que ouro e até mesmo usada como moeda. A receita para tal produto acabou sendo descoberta anos mais tarde. Então, como são feitos os tecidos de sedas criados na indústria têxtil? Entenda!
(Fonte: Getty Images)
Ao contrário de tecidos feitos com fibras vegetais, como o algodão e o cânhamo, a seda é uma fibra proveniente da proteína da saliva do bicho-da-seda, um pequeno inseto cientificamente conhecido como mariposa Bombyx mori. No início do ciclo de vida dessas criaturas, elas tecem a seda em um único fio ininterrupto por meio de fiandeiras dispostas em sua cabeça.
Originalmente, esse material deveria criar um casulo para que o bicho-da-seda se desenvolvesse em uma mariposa. No entanto, os produtores de seda costumam atravessar esse processo natural e colher esses casulos, algo que é conhecido como sericultura e existe há milhares de anos.
Essencialmente, os agricultores criam um ambiente artificial para que as mariposas depositem seus ovos em papel especial, onde eclodirão e se transformarão em larvas. Em seguida, esses insetos são alimentados com uma dieta constante de folhas de amoreira, o que faz com que multipliquem de tamanho e estejam rapidamente prontos para produzir mais casulos.
Depois que o casulo está completo, os sericultores tradicionalmente matam o bicho-da-seda fervendo-o ou cozinhando-o vivo — impedindo o casulo de endurecer. Cada casulo pode geral uma corta contínua de vários metros de seda. Para criar os tecidos de uso comercial, é necessário que muitos desses longos fios de seda sejam entrelaçados.
(Fonte: Shutterstock)
Durante os últimos anos, as práticas de cultivo de seda foram muito criticadas por grupos de direitos animais, como a Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais (PETA), que pediram a proibição desse tecido. Estima-se que entre 4 e 6 mil bichos-da-seda precisam ser motos para a produção de 1 kg de seda.
Por esse motivo, alguns lugares do mundo têm lutado para criar uma linha de produção de seda vegana — sem sofrimento animal. Este método foi desenvolvido na Índia e é chamado de seda ahimsa, ou seda ética. Embora essa técnica também inclua muitas das práticas tradicionais da sericultura, a colheita não envolve a morte dos vermes.
Em vez disso, os vermes podem eclodir de seu casulo, ou às vezes os casulos são abertos e as pupas são retiradas, o que torna os fios mais ásperos e com menor rendimento. Como a seda ahimsa é mais difícil de produzir, ela tende a ser mais cara do que sua contraparte cultivada convencionalmente. No entanto, está ganhando popularidade e é vista como uma alternativa viável na indústria da moda.