Artes/cultura
08/03/2023 às 12:00•2 min de leitura
Iniciativa comum de quem deseja espairecer, o movimento de deixar a cidade grande e passar uns dias no interior pode trazer benefícios à saúde humana. Enquanto muitas pessoas apostam nesse artifício para recarregar suas baterias, outras o veem como uma atividade regular, tendo seus respectivos cérebros "tranquilizados" para contornar situações mais profundas de estresse.
Como a concentração de pessoas no meio urbano está aumentando, é comum que diversas pessoas sintam o impacto das aglomerações. Com isso, os índices de transtornos de humor, ansiedade e depressão podem alavancar consideravelmente, afetando a saúde mental de quem vive em edifícios e em zonas movimentadas. Estima-se que esses problemas atinjam 56% mais pessoas no meio urbano do que no meio rural e gerem prejuízos que impactam até mesmo a forma como os sintomáticos veem a coletividade social.
Um estudo adicionado no banco de dados do National Center for Biotechnology Information revelou que o cérebro humano pode se condicionar em casos de viagens regulares ao interior ou ao campo. Por meio da amígdala, é possível controlar as emoções e sentimentos usando a conexão com mais zonas cerebrais. Uma delas seria o lobo frontal — algo que explicaria por que o órgão linfoide participa da inibição do comportamento e da tomada de decisões.
(Fonte: Getty Images / Reprodução)
Esse pedaço de tecido, funcional na maior parte em habitantes do campo, também se envolve em outras atividades, como regulação alimentar, controle do medo e do estresse, estruturação de memórias, comportamento sexual e redução dos níveis de agressividade. Como parte dessas condições está envolvida com a sobrevivência, pessoas "tranquilizadas" teriam mais chances de evitar situações perigosas por meio do raciocínio e da análise de risco.
A exposição regular a ambientes naturais tem um efeito positivo na atividade cerebral. Essa interação com o meio ambiente ofereceria condições de melhorar a saúde mental, já que a sensação de felicidade e a redução da angústia seriam alguns dos efeitos primordiais da "nova" capacidade da amígdala. Além disso, pessoas que deixam a cidade grande têm mais chances de completar tarefas diárias por meio da “memória de trabalho”.
Basicamente, esse mecanismo permite armazenar informações temporariamente no cérebro, resultando no aumento das funções cognitivas e na expansão da imaginação e criatividade. Pessoas que decidem caminhar pela natureza sozinhas também podem ter seus níveis de depressão e estresse reduzido, com cerca de 30 minutos semanais sendo suficientes para adquirir os maiores benefícios.
Apesar disso ser, de fato, desafiador, especialmente pela ausência de locais verdes em grandes centros urbanos e a dificuldade em se desvincular da rotina de trabalho, os impactos a curto e longo prazo devem ser priorizados por quem busca melhorar sua saúde mental. Assim, é importante incluir em sua rotina fins de semana de exposição moderada ao ar natural, caminhadas por trilhas e parques, e momentos de privação do caos urbano.