Ciência
19/05/2023 às 06:30•2 min de leitura
Desde tempos remotos, o bronzeamento desempenha um papel significativo na cultura humana. Suas raízes remontam ao antigo Egito, onde pinturas tumulares retratavam figuras perfeitas, exibindo diferentes tons de pele que simbolizavam status e distinção.
Já na Grécia e Roma Antigas, os mosaicos também retratavam a importância da cor da pele, destacando traços individuais e separando os sexos. As mulheres eram representadas com peles mais claras, indicando seu tempo passado em ambientes internos, enquanto os homens com peles mais escuras eram associados à bravura e ao serviço militar.
Após o colapso do Império Romano, a pele bronzeada caiu em desuso devido à brutalidade da Idade das Trevas e às doenças da Idade Média. Anos depois, para a aristocracia europeia, ser tocado pelo sol era considerado infeliz e fora de moda. Até poções de chumbo e arsênico foram utilizadas para simular a pele branca.
(Fonte: GettyImages/Reprodução)
No Renascimento europeu, porém, houve um retorno ao ideal de pele bronzeada. As Grandes Viagens e a expansão dos impérios levaram os europeus brancos a lugares ensolarados, de onde eles voltavam com um bronzeado como sinal de suas atividades de lazer. Esse hábito foi glamourizado e associado à elegância e ao privilégio.
No final do século XIX e início do século XX, surgiram descobertas científicas sobre os benefícios da exposição solar para a saúde. As terapias de luz solar foram prescritas para diversas doenças, e a prática de passar mais tempo ao ar livre e praticar esportes tornou-se popular entre as classes mais abastadas.
No século XX, o banho de sol se tornou um fenômeno cultural. Coco Chanel, a influente designer parisiense, causou alvoroço ao exibir um bronzeado acidental em 1923, desafiando os padrões de beleza. Isso levou a um aumento da popularidade do bronzeamento e ao reconhecimento dos benefícios físicos e mentais da exposição ao sol.
(Fonte: GettyImages/Reprodução)
Nas décadas de 1920 e 1930, ser bronzeado se tornou um símbolo de elegância, especialmente após a capa da revista Vogue apresentar uma modelo bronzeada em 1927. O ideal de pele morena foi reforçado por figuras influentes como Josephine Baker e pelos avanços na indústria de bronzeamento, como a produção de óleos bronzeadores.
Na década de 1940, os maiôs começaram a encolher e se separar, dando origem ao biquíni e promovendo ainda mais o bronzeamento. Ao longo das décadas seguintes, houve avanços na proteção solar e no desenvolvimento de autobronzeadores, permitindo às pessoas obterem um bronzeado sem se exporem excessivamente ao sol.
O bronzeamento alcançou um novo patamar com a popularização das praias e da cultura do bronzeado na década de 1950. As pessoas passaram a buscar corpos mais bronzeados e a aproveitar as férias na praia para obter um tom de pele dourado. A indústria do turismo se beneficiou dessa tendência, promovendo destinos ensolarados e resorts à beira-mar.
(Fonte: GettyImages/Reprodução)
O bronzeamento artificial surgiu como alternativa de obter um tom dourado para a pele, independentemente das estações. Essa tecnologia permitiu que as pessoas controlassem o tempo de exposição aos raios ultravioleta, embora os riscos à saúde relacionados ao bronzeamento artificial não fossem plenamente compreendidos na época.
No final do século XX, a conscientização sobre os danos causados pelo sol começou a aumentar. A associação entre exposição excessiva ao sol e risco de câncer de pele ficou mais evidente. Os protetores solares foram desenvolvidos, e o uso de roupas de proteção e a busca de sombra nos horários de pico de radiação solar passaram a ser aconselhados.