Estilo de vida
20/08/2023 às 13:00•2 min de leitura
Por mais que muita gente tenha medo, voar em um avião comercial significa embarcar em um dos transportes mais seguros que existem. Mas nem sempre foi assim. E pior: muitas melhorias na parte da segurança dos voos só aconteceu por conta de algum acidente trágico que expôs as fragilidades dos aviões de sua época.
Neste texto, compartilhamos a história de três acidentes que foram fundamentais para a melhoria do sistema aéreo como um todo.
(Fonte: Getty Images)
Em 30 de junho de 1956, dois aviões decolaram do Aeroporto Internacional de Los Angeles. Só que a rota deles acabou coincidindo e eles entraram em colisão enquanto sobrevoavam o Grand Canyon. Todos os 128 passageiros e tripulantes a bordo das duas aeronaves morreram na hora.
Foi uma comoção no país. Por conta desse acidente trágico, o governo federal iniciou um órgão que hoje é chamado de Federal Aviation Administration (FAA). Além disso, foi feito um investimento de mais de US$ 250 milhões para atualizar o sistema aéreo dos Estados Unidos. Isso fez com que a indústria desse meio de transporte se expandisse e melhorasse muito.
Só que, 30 anos depois, em 31 de agosto de 1986, um avião Aeromexico DC-9 estava saindo do Aeroporto Internacional de Los Angeles quando uma pequena nave particular entrou em sua rota e ambos colidiram. Mais uma vez, a FAA estabeleceu mudanças, como uma regra que exigia que aviões pequenos tivessem que usar transponder, além de sistemas de radar anti-colisão.
(Fonte: Getty Images)
Em 28 de dezembro de 1978, uma aeronave Douglas DC-8 sobrevoava Portland, nos Estados Unidos. O voo United Airlines 173 levava 181 passageiros a bordo. Só que, ao descer no aeroporto, aconteceu algum problema com o trem de pouso.
Os pilotos colocaram o avião em padrão de espera enquanto buscavam uma solução. Acontece que eles demoraram tanto para tomar uma decisão sobre o que fazer, já que o capitão e o engenheiro de voo não conseguiram entrar num consenso, que a nave começou a ficar sem combustível. As gravações mostraram que o conflito ocorreu por conta da arrogância do capitão.
O United Airlines 173 acabou então sendo obrigado a fazer um pouso forçado, matando dez pessoas, por uma situação que envolvia apenas problemas de comunicação entre os responsáveis pelo voo. Depois disso, a United Airlines imediatamente passou a trabalhar em novos procedimentos de treinamento da cabine, o que levou ao conceito chamado de Cockpit Resource Management, ou CRM.
O conceito propõe a ideia de uma comunicação aberta e igualitária entre a tripulação, sem a premissa de que o capitão seja a autoridade absoluta em um voo. Trata-se de uma noção fundamental e que provavelmente já salvou muitas vidas.
(Fonte: Getty Images)
Em 2 de agosto de 1985, um jato identificado como Delta Airlines Flight 191 estava fazendo uma descida para pousar no Aeroporto Internacional de Dallas-Fort Worth. O tempo estava instável, com temporal e chuvas fortes, quando um fenômeno chamado de cisalhamento de vento causou uma micro-explosão que atingiu o avião.
Os pilotos não sabiam o que fazer nesse caso. O avião acabou descendo com força no solo e caindo no meio de uma rodovia, matando o motorista de um carro e 134 das 163 pessoas que estavam no jato.
Chocada com a tragédia, a FAA começou a fazer um estudo meticuloso sobre o que causou aquele acidente, pedindo até a ajuda da NASA para entender mais sobre o fenômeno meteorológico em questão, que ainda era desconhecido. Sete anos depois, eles finalmente entenderam como funciona o cisalhamento do vento, o que fez com que radares mais avançados fossem instalados em todos os aviões comerciais. Por consequência, este problema só voltou a acontecer uma única vez durante um voo desde então.