Artes/cultura
05/11/2023 às 05:00•2 min de leitura
Em algum momento da sua vida, é bem provável que você já tenha escutado de algum familiar próximo que deixar um guarda-chuva aberto dentro de casa é um claro chamado para o azar na sua vida. Na escala de superstições, abrir esses objetos em ambientes internos é o equivalente a quebrar um espelho ou passar por baixo de uma escada.
Mas de onde surgiu esse conceito? Embora a origem dessa superstição específica não esteja exatamente comprovada, existem algumas teorias importantes sobre como e por que ela começou — coisas que remetem há vários séculos.
(Fonte: Getty Images)
A primeira teoria sobre como guarda-chuvas abertos em ambientes externos se tornou um chamado de azar surgiu por volta de 1200 a.C., quando os antigos sacerdotes egípcios e a realeza local usavam guarda-chuvas feitos de penas de pavão e papiro para protegê-los do sol.
No entanto, manter um desses artefatos aberto dentro de casa — o que também significa longe dos raios solares — poderia irritar o deus do Sol, Rá. Os egípcios acreditavam que perturbar suas entidades costumava gerar consequências negativas para suas vidas, o que exigia muito cuidado com tudo que era feito.
Outra tese, no entanto, envolve a divindade egípcia Nut, a deusa do céu. De acordo com pesquisadores, os primeiros guarda-chuvas foram criados para espelhar e homenagear a maneira como ela protegia a Terra, usando uma sombra sagrada. Se uma pessoa de sangue não-nobre ousasse usar um desses artefatos, ela supostamente se tornaria um núcleo de azar.
(Fonte: Getty Images)
Mas, então, por que seguimos esse tipo de superstição até hoje? Além de ser algo que é instintivamente carregado pela humanidade ao longo da história, a razão pela qual tentamos evitar abrir esses objetos em ambientes fechados atualmente é provavelmente mais para evitar ferimentos do que fugir da ira divina.
Os guarda-chuvas modernos ganharam popularidade durante a Era Vitoriana. Naquela época, o inventor Samuel Fox criou uma estrutura de aço que incluía um mecanismo de mola que permitia a expansão rápida do objeto. Embora esse mecanismo facilite a agilidade em dias de chuva, é algo consideravelmente mais perigoso de se usar quando não temos muito espaço disponível.
Imagine só: um guarda-chuva de hastes rígidas abrindo repentinamente em uma sala pequena pode acabar ferindo gravemente um adulto ou uma criança. Na melhor das hipóteses, qualquer parafernália mais delicada de sua residência também estaria sendo colocada em risco. Portanto, a continuidade desse tipo de superstição em nossa sociedade contemporânea também serve para impedir que as pessoas tentem realizar esse ato tolo.
Afinal, abrir seu guarda-chuva dentro de casa talvez não signifique necessariamente azar. Porém, ser acertado por uma ponta de metal certamente é um claro indício de que você poderá ter um dia ruim pela frente!