Estilo de vida
15/11/2023 às 08:00•3 min de leitura
Envelhecer é um caminho natural na vida para todas as pessoas, mas há aqueles que se recusam a seguir o ciclo e tentam burlar esse processo a qualquer custo. Um dos mais comuns atualmente é recorrer a cirurgias plásticas, mas no passado as coisas eram diferentes.
Ao longo da história, pudemos encontrar diversas pessoas que fizeram de tudo para encontrar uma fonte da juventude e até mesmo buscar a imortalidade. É exatamente sobre alguns destes casos que falaremos nas linhas a seguir.
Qin Shin Huang é conhecido por ter seu corpo guardado por estátuas feitas em tamanho real. (Fonte: Getty Images)
Qin Shi Huang foi um imperador chinês que tentou, sem sucesso, encontrar uma poção que o fizesse viver eternamente. A sede por esse propósito era tanta que ele chegou a fazer uma convocação nacional para que todos o ajudassem nessa missão.
Toda a trajetória dessa missão foi registrada em 36 mil tiras de madeira com caligrafia antiga, e muitas traziam mensagens em resposta a esse decreto feito pelo imperador. Todos os documentos estavam em um poço abandonado na cidade Hunan.
Em uma dessas tentativas, estima-se que ele tenha consumido cinábrio (também conhecido como sulfeto de mercúrio) e morreu possivelmente por conta disso aos 49 anos. Entretanto, esse não seria o único relato associado ao seu nome, já que em 1974 alguns fazendeiros encontraram sua tumba guardada por 8 mil estátuas de terracota em tamanho real.
Papa Inocêncio VIII fez a primeira transfusão de sangue da história. (Fonte: Opera Mundi/Reprodução)
Sangue é um elemento comum na ficção científica quando se fala em imortalidade. Extrapolando o que vimos nos livros, algumas pessoas tentaram beber esse líquido vermelho na tentativa de se manterem vivas eternamente, e uma delas foi o Papa Inocêncio VIII.
Os escritos relatam que a primeira transfusão de sangue da história aconteceu em 1492, sendo o pontífice o responsável por receber essas "doações". E sim, aqui devemos deixar o termo entre aspas, já que aparentemente os doadores foram forçados a fazer isso.
A coisa só piora quando percebemos que ele recrutou um físico judeu para salvar sua vida, que já estava por um fio em 1492, com um último recurso: pegar o sangue de três crianças e realizar uma transfusão.
Os garotos em questão morreram nesse processo. Outro ponto é que aparentemente o Papa acabou bebendo o líquido para se salvar — e não recebendo uma transfusão convencional —, mas isso não ajudou muito: ele faleceu alguns dias depois desse ato, em 25 de julho de 1492.
Diane de Poitiers conseguiu preservar um corpo mais jovem até o momento de sua morte, aos 66 anos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Diane de Poitiers foi uma mulher rica que viveu no século XVI e tinha bastante influência por ser amante do rei Henrique II. Por conta disso, era comum receber vários bens materiais e luxos que eram compartilhados com seus amigos e familiares.
Como a beleza era um de seus principais atrativos, seu intuito em vida era se manter sempre jovem. Alguns relatos inclusive indicam que, apesar de ter vivido até 66 anos, Diane não aparentava ter essa idade e tinha feições joviais.
Para manter essa juventude, entretanto, ela tomou uma atitude um tanto quanto arriscada: beber ouro. Esse, inclusive, era um ritual entre algumas pessoas que viveram no Egito, onde era comum beber a "água dourada" com a expectativa de que ela traria a longevidade a quem a consumisse.
No caso de Diane, isso foi descoberto muitos séculos depois de sua morte, já que seus fios de cabelo tinham altos níveis de ouro. Essa é uma indicação clara de que seu corpo sofreu graves consequências de intoxicação, o que certamente acarretou o seu falecimento.
Corpo de um monge japonês que passou pelo processo de automumificação. (Fonte: Egypt Today)
Vamos encerrar essa lista com o caso não de uma pessoa, mas de um grupo que tentou seguir um processo de automumificação entre 1081 de 1903. Nesse período, cerca de 30 monges Shingon realizaram um ritual conhecido como sokushinbutsu, palavra japonesa que representa um método para se mumificar.
Cumprir esse processo não era uma tarefa fácil, já que eles precisavam seguir uma dieta conhecida como mokujiki. Ela consiste basicamente em comer raízes de árvore, cascas, pinhas, nozes e algumas poucas frutas, visando remover qualquer gordura e músculo do corpo.
Como essa dieta também ajuda o corpo a evitar seu processo de decomposição por não permitir a formação de bactérias, o processo de mumificação tende a acontecer de fato. Porém, é preciso seguir essa alimentação por até 1 mil dias, e depois viver em um confinamento nas montanhas por mais 4 mil dias.
A última etapa consiste em ser enterrado em um caixão feito com pinhas e com um bambu contendo um pequeno furo para permitir sua respiração. De tempos em tempos ele deveria tocar um sino para indicar aos seus seguidores que ainda estava vivo, até o momento em que o sinal cessaria, indicando sua morte.
Por fim, o processo ainda exige que o bambu usado para respiração seja removido e o caixão fique selado por mais 1 mil dias. Após esse período, o corpo era removido e examinado, com duas possibilidades: ser colocado de volta caso o monge apresentasse sinais de decomposição ou receber as glórias de um verdadeiro sokushinbutsu — algo que somente 21 deles conseguiram.