5 figuras históricas que receberam perdão póstumo

10/01/2024 às 06:303 min de leitura

O perdão póstumo é uma forma de redenção simbólica criada pelos seres humanos. Resumindo, essa é uma medida que tenta corrigir um erro e resgatar uma reputação que estava manchada há muito tempo. Por definição, as pessoas que recebem esse perdão já estão mortas — o que pode gerar questionamentos em relação à validade do ato.

Contudo, mesmo que alguns considerem o perdão póstumo uma perda de tempo e recursos, outros acreditam que continua a ser necessário para que a história não seja escrita em linhas tortas. Pensando nisso, separamos uma lista com cinco figuras históricas que foram contempladas com um perdão póstumo!

1. Cícero

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

No ano 63 a.C., um grupo de políticos, soldados e agricultores furiosos liderados por Lúcio Sérgio Catilina tentou dar um golpe na República Romana e derrubar forçadamente os dois cônsules governantes: Cícero e Caio Antônio Híbrida. O plano não funcionou e Cícero passou a expor vários outros conspiradores, executando-os sem julgamento.

Durante 2 mil anos, suas práticas foram uma mancha no registro do famoso orador e estadista, acusado de homicídio apenas para progredir com sua carreira. Porém, após milhares de anos, Cícero foi inocentado de qualquer irregularidade pelo Supremo Tribunal do Reino Unido. Segundo os advogados, a tentativa de golpe levou a República Romana a um estado de guerra, e Cícero teria apenas agido legalmente como chefe de estado.

2. Oscar Wilde

(Fonte: Getty Images)(Fonte: Getty Images)

Atualmente, Oscar Wilde é aclamado como um dos maiores escritores da língua inglesa, mas nem sempre as coisas foram assim. No passado, Wilde foi condenado por "atos homossexuais" e cumpriu dois anos de trabalho forçado que provocaram sua morte pouco tempo depois. 

Depois de liberto, Wilde mudou-se para a França e morreu de meningite três anos depois, embora a causa da doença ainda seja motivo de debate. Em 2017, depois que a Lei de Turing entrou em vigor, Oscar Wilde e dezenas de milhares de outros homens receberam perdão póstumo. 

3. Groveland Four

(Fonte: PBS/Reprodução)(Fonte: Library of Congress/Reprodução)

Em 1949, quando adolescentes negros foram acusados de estuprar uma mulher branca e agredir seu marido em Groveland, nos Estados Unidos. Um deles, Ernest Thomas, fugiu e foi pego por uma multidão enfurecida, sendo baleado mais de 400 vezes. Outro, Samuel Shepher, foi morto por um xerife após alegar que tentou escapar. Os dois restantes, Walter Irvin e Charles Greenlee, confessaram após tortura e terminaram presos.

Irvin recebeu liberdade condicional em 1968 e foi encontrado morto em seu carro um ano depois, enquanto Greenlee foi o único que conseguiu deixar o passado sombrio para trás. O grande problema no caso é que, mesmo durante a década de 1950, o Supremo Tribunal dos EUA decidiu que os Groveland Four, como eram chamados, não tiveram um julgamento justo.

Somente meio século depois é que o estado da Flórida reconheceu a injustiça cometida contra eles. Em 2019, o governador da Flórida, Ron DeSantis, concedeu um perdão póstumo aos quatro rapazes e, dois anos depois, um juiz os exonerou de todas as acusações.

4. Alexandre, o Grande

(Fonte: Getty Images)(Fonte: Getty Images)

Assim como Cícero, Alexandre, o Grande, enfrentou um julgamento semelhante por ser acusado de crimes de guerra durante o incêndio de Persépolis. Na época, o rei macedônio foi responsável pela destruição completa da cidade e pela morte de inúmeras pessoas.

Posteriormente, a acusação alegou que o incêndio teria sido um ato político deliberado, enquanto a defesa argumentou se tratar apenas de uma tragédia resultante de comportamento de embriaguez. No final, o poderoso conquistador foi absolvido das quatro acusações de crimes de guerra. 

5. Alan Turing

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

Alan Turing era inglês e foi matemático, cientista da computação e criptoanalista, servindo como um dos pioneiros da inteligência artificial e da ciência da computação. Além disso, foi fundamental na Segunda Guerra Mundial, ajudando os Aliados a decifrar mensagens codificadas das potências do Eixo. Infelizmente, por ser gay, Turing não era apreciado.

Em 1952, ele foi acusado de "indecência grosseira" e se declarou culpado. Para evitar ser preso, aceitou participar de um processo de castração química, cometendo suicídio por envenenamento dois anos depois. Em 2009, o governo britânico apresentou um pedido de desculpas pela forma como Turing foi tratado e, em 2016, o Reino Unido aprovou a Lei de Turing — que concedeu indultos retroativos a todos os homens condenados por atos homossexuais.

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