Artes/cultura
20/06/2024 às 12:00•3 min de leituraAtualizado em 20/06/2024 às 12:00
Vivemos ainda em uma sociedade patriarcal em que os homens levam bem mais vantagens em quase tudo em relação às mulheres. Contudo, se há alguns espaços em que elas ainda não entram de jeito nenhum, há também locais que foram capturados ou projetados para que as mulheres possam estar sem ser incomodadas.
São lugares como ilhas, hotéis e clubes em que se pode conviver mutuamente em paz, fazer programas juntas ou apenas relaxar em paz, sentindo-se segura. Ah, e um detalhe importante: obviamente, há bem menos locais exclusivos para as mulheres do que exclusivas para homens.
Sem dúvida, a Arábia Saudita não é reconhecida como um país amigável às mulheres de forma geral. Mas, ironicamente, o conservadorismo social proporcionou que fosse criado um hotel de luxo destinado apenas para elas.
No Luthan Hotel em Riade, as mulheres sauditas têm direitos que não desfrutam em outros locais do país. Para começar, Luthan significa, literalmente, refúgio, o que se justifica pelas características das instalações. Não há homens trabalhando no hotel, seja no atendimento às clientes ou na administração. Aliás, ele é de propriedade de 20 princesas sauditas!
Assim, o hotel se tornou um verdadeiro oásis para as mulheres que querem descansar e aproveitar os tratamentos de spa, além de praticar ioga e fazer ginástica. Até para nós, ocidentais, parece um sonho.
Falando em sonho, uma americana chamada Kristina Roth concretizou um desejo de muitas mulheres: ela fundou uma ilha em que só elas podem frequentar. A Ilha SuperShe fica localizada na Finlândia e é um destino para um turismo voltado para a saúde, mas apenas para as hóspedes do sexo feminino. Os homens são proibidos de pisar lá.
A proposta da empreendedora Kristina é oferecer uma atração para mulheres poderosas e com muito dinheiro no bolso. Ao chegar até lá, elas podem realizar várias atividades, como ioga, saunas, massagens, natação e passeios pela natureza.
A aldeia Umoja, no Quênia, foi criada em 1990 por uma matriarca chamada Rebecca Lolosoli por um motivo muito nobre: funcionar como um refúgio para as mulheres que fogem de abuso sexual. Por conta disso, os homens foram totalmente banidos da vila.
A própria Rebecca sofria violência doméstica do marido e resolveu fundar uma aldeia com outras 14 mulheres que passavam pela mesma situação. Elas construíram suas casas, uma escola para os seus filhos e montaram um comércio de artesanato para turistas.
Além de receber as vítimas de violência, a aldeia também acolhe as que foram empurradas para casamentos forçados e sofreram mutilações genitais. Atualmente, 47 mulheres vivem no local.
E aqui no Brasil, há uma comunidade rural em Minas Gerais que ganhou fama pelo motivo curioso de estar cheia de mulheres. A Noiva do Cordeiro conta com mais de 600 habitantes, com média de idade entre 20 a 35 anos, e que decoraram belamente as suas casas e a paisagem local.
A história da comunidade começou em 1890, quando uma mulher chamada Maria Senhorinha de Lima foi forçada por seu pai a casar-se com um homem chamado Arthur Pierre. No entanto, ela amava outro e manteve um relacionamento com o antigo amor, que se chamava Chico, mesmo estando casada. Quando se descobriu que ela estava grávida, fugiu do casamento para viver com o amante.
Foi um verdadeiro escândalo. Maria Senhorinha foi excomungada pela Igreja e sua descendência foi amaldiçoada pelo padre local. Por conta disso, o casal foi viver isoladamente em terras herdadas por Chico, no mesmo local onde está hoje a comunidade de Noiva do Cordeiro.
Há até homens no local, mas eles são forçados a se adaptar às regras das mulheres, que mandam e coordenam tudo. Por conta disso, o vilarejo ficou famoso inclusive internacionalmente. Soma-se a tudo isso o boato de que todas as habitantes são muito bonitas.