Estilo de vida
15/07/2021 às 14:00•2 min de leitura
Na noite de quarta-feira (14), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi internado com um quadro de "obstrução intestinal".
Posteriormente, ele foi transferido para São Paulo e sua equipe médica divulgou que irá realizar um "tratamento médico conservador" sem precisar de cirurgia. Cerca de 1 kg de fezes que estavam presas foram retiradas por uma sonda nasal — e a expectativa é que tudo se resolva naturalmente, a partir disso.
Mas, afinal, o que é esse negócio de obstrução intestinal que todo mundo está falando e quais suas possíveis causas? O Dr. Christiano Claus, cirurgião do aparelho digestivo e professor da Universidade Positivo, tirou essa e outras dúvidas sobre o assunto.
Como o nome sugere, a obstrução intestinal acontece quando há algo interrompendo o fluxo de fezes pelo intestino — lembrando que temos duas partes, o intestino grosso e o delgado. Essa interrupção pode ser total ou parcial, mas, de modo geral, o paciente não tem como evacuar ou soltar gases.
Tudo que entra no sistema digestivo precisa sair, em algum momento, né? Por isso que a obstrução intestinal causa tanto incômodo... Esse acúmulo de fezes e gases gera dores abdominais, estufamento e vômitos, que se tornam mais intensos e frequentes, segundo explica o Dr. Christiano.
O médico também alerta que esses casos devem ser tratados com rapidez e atenção, para evitar que a obstrução intestinal evolua para uma isquemia, "que pode levar a uma piora significativa do caso", segundo ele.
Imagem: Christiano Claus/Reprodução
O Dr. Christiano explica que o problema pode ter várias causas. No intestino delgado, as razões mais frequentes são as hérnias da parede abdominal e as chamadas bridas ou aderências, que podem ocorrer depois de cirurgias nessa região.
Se as obstruções acontecem no intestino grosso, a principal causa é um tumor ou uma neoplasia, segundo o doutor.
Ele também afirma que é importante diferenciar a obstrução — ou oclusão intestinal total — das obstruções parciais, ou suboclusões. Quando existe o bloqueio completo do trânsito intestinal, é quase certo que será preciso fazer uma cirurgia. Já a obstrução parcial (que costuma ser o caso daquelas causadas por cirurgias) pode haver solução sem cirurgia.
Para fazer o diagnóstico preciso entre obstrução total ou parcial, o melhor método é a tomografia de abdômen. Se a obstrução for parcial, o tratamento envolve o esvaziar o estômago do paciente, deixá-lo em jejum e fazer reposição hidreletrolítica com soro. De modo geral, também é necessário administrar antibióticos.
Contudo, a pessoa tende a ficar bem em questão de pouco tempo. O mais importante, como dito anteriormente, é evitar que o quadro piore.