Estilo de vida
03/10/2021 às 09:00•2 min de leitura
O sistema imunológico é de longe um dos mecanismos de defesa mais importantes dentro do organismo dos seres humanos. Por meio dele, conseguimos manter nosso corpo protegido contra bactérias e vírus pela maior parte do tempo, uma vez que ele é capaz de distinguir células invasoras das nossas próprias células.
Mas nem sempre tudo ocorre tão bem assim. Nas doenças autoimunes, por exemplo, o sistema imunológico pode entrar em um estado caótico e confundir uma parte do seu corpo, como os tendões ou a própria pele, como invasores. E qual é o motivo para isso acontecer? Vamos investigar como funciona o sistema imunológico.
(Fonte: Unsplash)
O primeiro passo é compreender que o sistema imunológico é inato aos seres humanos e tem uma resposta muito particular a qualquer tipo de antígeno — substâncias estranhas ao corpo. Resumindo, esse é o nome dado para o conjunto geral de defesas do corpo, como as membranas mucosas ou até mesmo reflexos de tosse e espirro.
Esse sistema também inclui os famosos glóbulos brancos (fagócitos) responsáveis por devorar qualquer antígeno que conseguir ultrapassar as primeiras camadas de defesa. Portanto, o invasor será completamente aniquilado em sua chegada ou o sistema imunológico "comprará" tempo para que uma resposta defensiva ainda mais complexa consiga entrar em ação.
Esse sistema é altamente adaptativo e está sempre aprendendo com a chegada de novos antígenos na esperança de que consiga lidar com maior facilidade na reincidência de algum caso. É por esse motivo que existem os linfócitos B, de onde os anticorpos saem, e também os T, que são responsáveis por coordenar o ataque contra a proteína dos antígenos.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Se não fosse pelo sistema imunológico, os seres humanos fatalmente andariam doentes 24 horas por dia. Ele pode ser considerado um poderoso defensor quando está trabalhando a nosso favor, mas também pode ser uma grande ameaça quando decide nos atacar.
E como isso funciona? A Ciência ainda não sabe explicar ao certo o que faz nosso organismo se virar contra nós. Mesmo assim, algumas pessoas estão mais propensas a desenvolver uma doença autoimune ao longo da vida do que outras — mulheres entre 15 e 44 anos são as que mais correm risco.
Dados apontam que de 3% a 5% da população mundial é afetada por uma doença autoimune ao longo da vida. Como a incidência desses problemas de saúde vem crescendo nos últimos anos, cientistas suspeitam que fatores ambientais, como infecções e exposição a produtos químicos ou solventes, podem estar envolvidos nesse processo.
(Fonte: Pixabay)
Em 2015, um estudo da Universidade da Colúmbia Britânica (UBC) sugeriu que o surgimento de maiores casos de doenças autoimunes pode estar relacionado ao avanço científico no combate a outras doenças. Segundo os pesquisadores, o crescente uso de antissépticos e vacinas tem feito as crianças não serem mais tão expostas aos antígenos.
Essa falta de exposição poderia fazer o sistema imunológico pender a reagir exageradamente a substâncias inofensivas. Os exemplos de doenças autoimunes existentes são vastos:
Nenhum tratamento existente hoje é capaz de curar uma doença autoimune, mas podem controlar a resposta imunológica hiperativa e reduzir a inflamação ou, pelo menos, reduzir a dor local. De acordo com os especialistas, ter uma dieta balanceada e seguir uma rotina constante de exercícios podem ajudar o enfermo a se sentir melhor.