Ciência
05/04/2022 às 12:00•2 min de leitura
Sem cadáveres não teríamos estudos significativos sobre a anatomia humana. E sem os avanços oferecidos por essa área, o conhecimento médico para o tratamento de doenças seria travado, lento e falho. Consequentemente, não poderíamos salvar vidas.
Mas você sabe quando começamos a abrir cadáveres para entender como nosso corpo funciona?
(Fonte: Monoar_CGI_Artist/ Pixabay/Reprodução)
A partir do século V a.C. os estudos envolvendo a anatomia humana começaram a tomar forma e a mudar como as coisas eram vistas até então.
Foi nessa época que os gregos Alcmaeon e Empédocles começaram a estudar essa área de forma sistemática.
(Fonte: Pixabay/Reprodução)
Segundo os registros históricos, Alcmaeon, foi a primeira pessoa a fazer a dissecação de um corpo humano. Também foi o primeiro a considerar o cérebro como centro da inteligência.
Empédocles acreditava que a vida, assim como a alma, fluía pelos vasos sanguíneos do corpo.
Hipócrates, considerado o Pai da Medicina, também era grego. Como um médico estudioso da anatomia humana fez experimentos e reuniu dados demonstrando que os sintomas de uma doença eram naturais, causados pelo corpo como uma reação ao processo da condição.
Hipócrates. (Fonte: ex-isto/Reprodução)
Aristóteles também se envolveu com o corpo humano. Foi até chamado de Pai da Anatomia Comparada e da Fisiologia. Mas ele era mais filósofo do que médico e descobertas posteriores sepultaram várias de suas teorias.
Já no século III, na cidade egípcia de Alexandria, os médicos e anatomistas Herófilo e Erasístrato conduziram os primeiros estudos científicos focados em descobrir como a anatomia humana funcionava.
Eles praticavam a dissecação e até a vivissecção humana, quando abriam os corpos de condenados ainda vivos.
O Renascimento foi especialmente importante para a evolução dos estudos da anatomia. Nessa época, a arte, a ciência e a literatura se misturavam graças às grandes mentes.
Talvez você já tenha visto os esboços incríveis de Leonardo da Vinci mostrando várias partes do corpo humano, como o cérebro e os nervos, ou seu desenho quase preciso de um feto ligado ao útero pelo cordão umbilical.
(Fonte: Publico.PT/Reprodução)
O livro De humani corporis fabrica (Sobre a estrutura do corpo humano), do médico e escritor belga Andreas Vesalius, também é desse período. Essa obra é tida como a primeira descrição precisa do interior do corpo humano.
Aliás, foi graças ao livro de Vesalius que a anatomia humana começou a ser estudada objetivamente, ajudando a acabar com várias imprecisões de algumas teorias da época.
Além disso, foi fundamental para superar a autoridade e os mitos criados pela Igreja. Por isso, ele é chamado de Pai da Anatomia Moderna. Porém, Vesalius não foi levado muito a sério por seus colegas cientistas e o reconhecimento demorou um pouco.
E se você pensa que já sabemos tudo sobre a anatomia humana, está enganado. Ainda hoje continuamos a descobrir partes de nosso corpo que nem imaginávamos que existiam, como novos músculos ou regiões do cérebro.
A boa notícia, é que os avanços em técnicas radiológicas, microscopia e raio X, assim como o fácil acesso a tecnologias avançadas como ressonância magnética e scanners permitem que estudemos o corpo humano sem precisar fazer nenhum corte. Aliás, isso também ajuda em definições mais precisas sobre nossos órgãos e tecidos.