Pessoas não amputadas também podem ter a dor do membro fantasma

17/06/2022 às 10:002 min de leitura

A dor do membro fantasma é uma síndrome bem conhecida na medicina e relativamente comum em pessoas amputadas. Porém, mesmo quem possui todos os membros pode sentir membros fantasmas e até dor quando facas são espetadas em mãos inexistentes.

Mas por que isso acontece?

A dor do membro fantasma

(Fonte: Unsplash)(Fonte: Unsplash)

A primeira coisa é saber o que é esta síndrome e como ela acontece normalmente. Membros fantasmas ocorrem em 95% dos amputados que perdem um braço ou uma perna — em alguns casos, pode ocorrer em pessoas que perderam dedos, dentes, mamilos e pênis.

A dor do membro fantasma acontece quando as pessoas que perderam uma parte do corpo continuam sentindo estímulos naquele membro como se nada tivesse acontecido. Ela pode ser caracterizada por uma sensação leve, como uma coceira, mas normalmente é acompanhada de dor em diferentes níveis.

Isso acontece porque o cérebro tende a trabalhar de maneira bastante eficiente e, sempre que possível, poupando energia. Ou seja, alguns estímulos costumam acontecer de maneira mais "automática" no cérebro. Como ele está “acostumado” a receber estímulos de um braço, por exemplo, isso tende a continuar mesmo depois de uma amputação.

De maneira geral, essas dores costumam passar depois de alguns dias ou meses, mas em casos extremos podem durar anos. Esse tipo de dor também é mais comum em adultos, pois crianças ainda estão formando esses estímulos no cérebro. Mas mesmo pessoas que nasceram sem um membro podem sofrer da síndrome. E isso ajuda a explicar como isso acontece em pessoas não amputadas.

Ilusões fantasmas

O vídeo acima mostra um experimento bem conhecido, de uma pessoa que possui os dois braços, mas quando recebe um estímulo em uma mão que não é a sua, sente como se fosse. O mais curioso é que o experimento pode ser reproduzido mesmo sem a mão de borracha. Isso ocorre porque o cérebro é estimulado nas mesmas regiões ativadas quando o corpo recebe o contato visual.

Arvid Guterstam, neurocientista do Instituto Karolinska, em Estocolmo, fez um teste sem a mão de borracha, mas realizando os mesmos estímulos que o vídeo acima. Durante o experimento, os voluntários foram colocados em uma máquina de ressonância magnética que monitorava os seus cérebros.

"Quando provocamos a ilusão da mão invisível dentro de um scanner de ressonância magnética, descobrimos que experimentar a ilusão leva ao aumento da atividade cerebral nas chamadas regiões multissensoriais, que sabemos integrar sinais dos diferentes sentidos", explicou Guterstam. "Portanto, parece que essas áreas do cérebro associam automaticamente a visão do pincel movendo-se no espaço vazio com o toque sentido na mão real, levando à bizarra consequência de sentir o toque no ar e perceber ter uma mão invisível neste local".

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