Artes/cultura
13/07/2022 às 10:06•2 min de leitura
A depressão parece estar cada vez mais comum. É raro não conhecer alguém que sofre com essa doença. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelaram que 322 milhões de pessoas sofriam com esse mal em 2017. É provável que esse número tenha crescido muito nos últimos anos, devido à pandemia de covid-19 e crises econômicas vivenciadas por muitos países.
O Brasil é um país especialmente deprimido. Em 2017, a média global de pessoas com depressão era de 4,4%, enquanto a média brasileira chegava a quase 6% da população (5,8% ou 11,5 milhões de pessoas).
Contudo, por que estamos mais deprimidos? De acordo com especialistas em psicologia e psiquiatria, são muitas as razões.
A primeira hipótese para o aumento da depressão pode até lhe alegrar. Com o avanço na capacidade de diagnóstico, ficou mais fácil descobrir casos de doenças mentais, como a depressão, tratando-as corretamente.
Vale lembrar que era comum confundir essa doença com o sentimento de tristeza. Desde a Grécia Antiga, por exemplo, havia registros de pessoas que lidavam com “estados de melancolia”. Antes do Renascimento, a Igreja considerava a melancolia um pecado.
(fonte: Unsplash)
Alguns estudos sugerem que parentes de primeiro grau de pessoas deprimidas têm mais chances de desenvolver a doença. A herança genética poderia alterar os casos de depressão em até 42%.
Além disso, cientistas analisaram as atividades cerebrais de alguns voluntários com a doença e perceberam que eles apresentavam uma alteração neuronal que atingia regiões ligadas às emoções, como a amígdala. Essa mesma alteração era vista em seus filhos, mesmo quando eles não apresentavam quadros depressivos.
(Fonte: Freepik)
Por ser uma doença psicossocial, o transtorno depressivo também pode surgir como consequência de experiências que vivemos, por isso, o acompanhamento psicológico é tão importante.
Experiências cotidianas, como o acúmulo de trabalho, a luta contra o desemprego e problemas financeiros podem, sim, levar o indivíduo a viver quadros depressivos.
Em entrevista ao site da UFRGS, a psicóloga Andrea Cardoso fala sobre o materialismo que guia a vida de muita gente: “Em geral, a sociedade tem vivido uma busca material frenética e experienciado uma falta de sentido e de propósito na vida, o que também pode contribuir para a depressão”, explica.
O modo como a pessoa lida com as suas emoções, como a raiva e o medo, podem ajudar a prevenir ou estimular a depressão. Pessoas introspectivas, que se fecham em seu próprio mundo, também estão mais propensas a lidarem com estágios depressivos. Por outro lado, mesmo as pessoas extrovertidas podem desenvolver a depressão — principalmente quando lidam com eventos graves ou traumáticos.
Entre 50% e 80% das pessoas deprimidas relataram terem vivenciado um evento grave em suas vidas, antes do início do quadro depressivo, segundo estudos.
Em todos esses casos, é fundamental que a pessoa conte com o suporte de psicólogos para conseguir lidar melhor com as suas emoções, evitando ou tratando a depressão.
O SUS oferece acompanhamento psicológico em muitas unidades básicas de saúde (UBS). Você pode ter mais informações sobre o tratamento para depressão indo a uma UBS ou entrando em contato com a secretaria de saúde da sua cidade.