Estilo de vida
26/07/2022 às 11:11•2 min de leitura
Feridas profundas na pele, com pus e dificuldade de cicatrização, estão entre os sintomas da esporotricose humana, doença que tem registrado aumento de casos no Brasil, nos últimos meses. A enfermidade também pode afetar animais, especialmente os gatos.
Antigamente conhecida como “doença do jardineiro”, a esporotricose é causada pelo fungo Sporothrix schenkii, encontrado no solo, em plantas, cascas de árvores e madeiras, entre outros locais. Ele chega ao organismo por meio de acidentes com espinhos, lascas e palhas, além do contato com vegetais em decomposição e arranhados ou mordidas de felinos doentes.
A esporotricose cutânea é o tipo mais comum, marcada por feridas nas mãos e nos braços, enquanto a linfocutânea afeta as camadas mais profundas da pele, com a formação de nódulos nas proximidades dos membros. Há ainda outras formas raras, como a esporotricose pulmonar, quando o fungo chega aos pulmões.
As lesões ulceradas na pele são o principal sinal da esporotricose. (Fonte: Shutterstock)
Vale destacar também a esporotricose disseminada, que ocorre quando o patógeno se espalha por outras partes do corpo, em pessoas com o sistema imunológico comprometido. Neste caso, ele pode afetar áreas como ossos, articulações e o fígado, entre outras.
Além das lesões na pele, os sintomas da esporotricose também podem incluir febre, tosse, dor ao respirar e falta de ar, se o fungo atingir os pulmões. Inchaço e dor ao se movimentar são outros sintomas possíveis, dependendo das áreas afetadas.
Quando a pessoa apresenta estes sinais, que podem ser associados à varíola dos macacos, deve procurar o médico. O diagnóstico da doença do jardineiro é feito a partir da biópsia de amostras de tecido das feridas ou caroços, ou de exame de sangue para identificar o fungo.
Os sintomas são basicamente os mesmos em humanos e animais. (Fonte: Shutterstock)
Confirmada a enfermidade, o tratamento para esporotricose humana envolve o uso de antifúngico, utilizado durante três a seis meses, podendo chegar a até um ano ou a cura do paciente. Alguns dos medicamentos são distribuídos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Em relação à prevenção da esporotricose, é essencial usar luvas e roupas de mangas longas ao manusear plantas e material proveniente do solo, assim como calçados em zonas rurais. Evitar o contato com animais infectados também ajuda.
A esporotricose felina tem sintomas e tratamento semelhantes aos da versão humana, sendo causada quando o pet tem feridas e entra em contato com material orgânico ou bichos infectados. Para os peludos, ela é uma doença grave e delicada, devendo ser tratada imediatamente pelo veterinário.
O tratamento envolve o uso de remédios por até 30 dias após o sumiço dos sintomas, período no qual o animal precisa ficar isolado dos humanos, pois pode transmitir a doença. Evitar idas à rua e o contato com animais de origem desconhecida são as melhores formas de prevenção.