Estilo de vida
04/09/2022 às 08:00•2 min de leitura
Segundo dados do Ministério do Trabalho, só no primeiro semestre de 2021, mais de 55 mil pessoas pediram afastamento das suas atividades profissionais devido a dores nas costas. Nesse período, as licenças do trabalho por dores na coluna só perderam para a dispensa por covid-19, que somou 68 mil casos.
Tendo em vista que estávamos vivendo um momento mais crítico da pandemia, os números de afastamento por dores nas costas se tornam ainda mais impactantes.
A prática de exercícios físicos é importante no tratamento. (Fonte: Drazen Zigic/Getty Images)
Muita gente acha que quando a dor na coluna se instala o melhor a fazer é se manter o mais parado possível. No entanto, segundo o reumatologista Martin Fabio Jennings Simões, da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), a melhor solução é sempre se movimentar.
Isso porque a nossa coluna existe para que o movimento do corpo humano seja possível, assim, uma rotina que inclua atividades físicas ajuda a melhorar a força, resistência e flexibilidade. Dentre os exercícios mais indicados estão a natação, caminhada e ciclismo. Além daqueles de fortalecimento muscular, como o Pilates.
O repouso só é indicado em casos específicos – como dores causadas por hérnias de disco – e ainda assim pelo menor tempo possível, já que o repouso leva ao enfraquecimento dos músculos e à rigidez articular.
Compreender o que é a dor é essencial para um tratamento efetivo. (Fonte: Shutterstock)
Estima-se que 90% dos pacientes que chegam aos consultórios médicos com queixa de dores nas costas vão ter um diagnóstico de dor inespecífica, ou seja, não é possível confirmar com exatidão a causa da dor. Por isso, no momento do diagnóstico é importante que o médico ofereça ao paciente a chamada "educação em neurociência da dor".
Nessa abordagem, o médico explica ao paciente o que é a dor para evitar que ele desenvolva a chamada catastrofização, que é uma distorção de pensamentos que transforma a dor em algo ainda maior. Quando isso ocorre, muitas vezes a dor passa a ser desproporcional à sua causa, podendo levar à cronificação da dor. Ou seja, uma dor que seria passageira se prolonga por 3 meses ou mais.
Cintas só devem ser usadas em pós-operatórios. (Fonte: Shutterstock)
Segundo o médico ortopedista Jonas Lenzi de Araujo, da Sociedade Brasileira para Estudos da Dor (Sbed), soluções milagrosas que costumam surgir nas redes sociais podem piorar as dores. Cintas, suportes lombares, palmilhas e corretores de postura são indicados em casos de pós-operatórios ou pós-fraturas, mas não servem como tratamento.
De acordo com Araujo, quando esses equipamentos são utilizados há perda de mobilidade, e é justamente o ganho de força, elasticidade e mobilidade que precisa ser reforçado para eliminar a dor.