Anticoncepcional: uso indiscriminado traz riscos, diz estudo

30/09/2022 às 08:052 min de leitura

Um estudo feito por estudantes de enfermagem do Centro Universitário de Brasília (CEUB) revelou alguns dados interessantes sobre como o uso indiscriminado de pílulas anticoncepcionais pode trazer problemas de saúde para mulheres em idade reprodutiva. Para a obtenção dos dados, as pesquisadoras Ana Beatriz Souza e Maynara Silva entrevistaram 189 mulheres entre 18 e 40 anos no Distrito Federal.

O anticoncepcional oral, um dos métodos para a prevenção de gravidez indesejada mais utilizados no mundo, apresenta uma carga hormonal em sua composição farmacológica, o que eventualmente pode resultar no aparecimento de alguns efeitos adversos.

O risco dos anticoncepcionais

(Fonte: Pixabay)(Fonte: Pixabay)

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mulheres que usam pílulas anticoncepcionais têm risco de quatro a seis vezes maior de desenvolver tromboembolismo venoso do que aquelas que não usam contraceptivos orais. Além disso, sintomas como dores de cabeça, aumento do fluxo menstrual e diminuição da libido também são alguns dos riscos.

Das 189 mulheres entrevistadas na pesquisa da CEUB, 99 delas afirmaram usar algum método contraceptivo há mais de seis meses. Conforme mostram os dados, 88,9% das entrevistadas disseram que a opção pelo medicamento de uso oral está diretamente relacionado com seu fácil acesso. Em comparação com métodos alternativos, apenas 4,4% das mulheres relataram que o método escolhido foi intramuscular, enquanto 2,2% escolheram DIU e 3,3% afirmaram utilizar outras opções no mercado.

Na visão da pesquisadora Maynara Silva, muitas mulheres optam pelas pílulas e seus riscos por falta de orientação necessária. "Muitas dessas mulheres não recebem as orientações corretas sobre o uso do fármaco e começam a tomar por conta própria, sem prescrição médica, fazendo o uso do anticoncepcional de forma inadequada e por tempo prolongado", afirmou.

Problemas de saúde

(Fonte: Unsplash)(Fonte: Unsplash)

O uso indiscriminado das pílulas anticoncepcionais é um problema que muitas mulheres simplesmente não estão atentas. Segundo o orientador do projeto científico da CEUB, Danilo Avelar, a falta de informação e da prescrição médica podem ser um agravante para a situação dessas pessoas. 

“O estudo confirmou ainda que grande parte das mulheres têm conhecimento que os anticoncepcionais orais podem apresentar risco à saúde da mulher. Isso ocorre devido à ingestão de hormônios sintéticos, que podem alterar a ação fisiológica de várias substâncias e vias metabólicas do organismo”, comentou.

Para a acadêmica Ana Beatriz Souza, é essencial que essas mulheres, junto com um ginecologista, façam escolhas conscientes e adequadas as suas condições de saúde. Conforme levantado pela Organização das Nações Unidas (ONU), a cada 100 mil mulheres, existem pelo menos cinco casos de trombose relacionados ao uso de anticoncepcionais orais. 

Portanto, o acompanhamento médico torna-se algo essencial para que essas pessoas se preservem e evitem sofrer com problemas de saúde mais graves. Além disso, incentivar o ensino e palestras educativas que falem sobre os diversos meios contraceptivos pode ser outra alternativa para que esse público feminino seja conscientizado. 

Fonte

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