Estilo de vida
24/11/2022 às 06:30•2 min de leitura
Com a passagem dos primeiros jogos da Copa do Mundo do Catar têm surgido vários casos de impactos na cabeça de jogadores. Um exemplo foi o caso do goleiro iraniano que quebrou o nariz e sofreu suspeita de concussão após um choque de cabeça com outro jogador e, logo em seguida, foi liberado para voltar a jogar.
O caso chamou bastante atenção, com razão, pela imprudência da equipe da Federação Internacional de Futebol Associado (FIFA) em permitir que, mesmo com a gravidade da situação do jogador, ele retornasse à partida. A concussão pode causar sintomas como fortes dores de cabeça, desequilíbrio, tontura, amnésia e náuseas que podem persistir em alguns casos, por isso, é fundamental que o tratamento seja realizado logo após a lesão.
O goleiro iraniano Alireza Beiranvand é atendido pelos médicos após choque na cabeça. (Fonte: Clive Brunskill/Getty Images/Reprodução)
As concussões são bastante comuns no futebol e diversos órgãos e organizações esportivas têm se manifestado para regulamentar cuidados com a saúde dos jogadores, no entanto, existem outros perigos que também devem ser considerados, como o aparentemente inofensivo cabeceio.
De acordo com uma pesquisa recente publicada pela revista científica Radiology, jogadores que realizam muitos lances com cabeceio no futebol podem sofrer alterações cerebrais e impactos na cognição comparáveis ao de concussões, mas existem outras causas comuns de lesões cerebrais no futebol, como colisões com outros jogadores, bola, trave, ou até mesmo quedas.
Ao contrário do protocolo seguido pela FIFA no caso do goleiro iraniano, em caso de concussões o jogador deve ser, por questões de precaução, imediatamente retirado da partida e realizar exames de neuroimagem que são fundamentais para analisar o quadro mais a fundo e obter um diagnóstico mais completo, também é importante que sejam realizados os procedimentos médicos para evitar danos maiores à saúde do jogador.
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Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, colunista do Mega Curioso, é PhD em Neurociências; mestre em Psicologia; pós-graduado em Neuropsicologia entre outras pós-graduações; licenciado em Biologia e em História; tecnólogo em Antropologia; jornalista; especializado em programação Python, Inteligência Artificial; tem formação profissional em Nutrição Clínica. Atualmente, é diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito; membro ativo da Redilat; chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International; cientista no Hospital Martin Dockweiler; e professor e investigador-cientista na Universidad Santander.