Artes/cultura
04/12/2022 às 08:00•2 min de leitura
Quando pensamos em saúde mental, temos que entender que tratamos de um estado de bem-estar, em que um ser humano consegue usar suas próprias habilidades, enfrentar o estresse do dia a dia, ser produtivo e estar apto a contribuir de diferentes formas com sua comunidade. E, para ficar claro, essa é a definição dada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Todavia, ainda persistem muitos mitos, boatos e mentiras acerca da saúde mental, que não apenas prejudicam o cuidado com um fator essencial a todo indivíduo, como criam obstáculos à atenção adequada a ela. Desconstruímos alguns destes mitos, tendo como base informações de pesquisadores e psicólogos, grandes especialistas no tema. Confira!
(Fonte: Wikimedia Commons)
Um mito, infelizmente, muito difundido, é o que afirma que pessoas com esquizofrenia necessariamente possuem múltiplas personalidades. Na realidade, durante um bom tempo, a psicologia e a psiquiatria compreendiam desta forma, mas pesquisas e estudos clínicos comprovaram que não era verdade.
Quem é diagnosticado com esquizofrenia, ao contrário de ter outra personalidade, possui uma ruptura com a realidade (conhecido como psicose), alucinações (como ouvir vozes), falsas convicções (delírios), entre outros sintomas. Ela é uma condição que afeta cerca de 1% da população mundial.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Você já deve ter ouvido, ou até dito para alguém que possui o hábito de limpeza excessiva, que ela tem TOC, sigla para "transtorno obsessivo compulsivo". Porém, a maioria de nós se preocupa em estar limpo, o que não possui nenhuma relação com TOC. O mesmo podemos apontar sobre quem tem hábito de organização.
É preciso ter atenção a isso, pois se trata de um mito, já que o TOC tem sintomas muito diferentes, ainda que manter as coisas organizadas e limpas estejam entre eles. Para ser caracterizado como TOC, além do diagnóstico de um profissional, o indivíduo será alguém que pensará o tempo todo na sua obsessão, a ponto de consumir sua existência.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Outro mito a ser desmontado é o que acredita que o transtorno bipolar é caracterizado pela simples mudança de humor. Na realidade, ele é uma elevação muito alta de humor positivo e um decréscimo para níveis muito baixos de humor negativo.
Tenha em mente que variações de humor são normais nos seres humanos, todos nós as temos. A bipolaridade é muito mais que isso, pois envolve formas severas de êxtase e depressão, episódios de mania (impulsividade, psicose, etc.) ou mistos (delírios, ansiedade, transtorno do pensamento, fuga de ideias, etc.).
(Fonte: Wikimedia Commons)
Por muitos anos, o machismo estrutural condicionava a depressão como uma doença psiquiátrica que afetava apenas mulheres. Isso não tem nenhuma ligação com a realidade.
Mulheres possuem, sim, maior propensão a sofrer de depressão, assim como carregam com mais frequência o hábito de expressarem seus sentimentos, consultarem terapeutas e dar atenção à sua saúde mental.
Sobre a taxa maior entre mulheres (10% a 25%) do que em homens (5% a 12%), há uma soma de fatores sociais e biológicos que explicam isso. Fatores hormonais certamente estão na equação, mas maiores jornadas de trabalho, por exemplo, também.
(Fonte: Unsplash)
Todo medicamento destinado a tratar a saúde mental deve ser prescrito por um psiquiatra, e pode tomar sem receio, pois sua personalidade não será alterada pelo uso de um remédio prescrito. O que eles farão por sua saúde é garantir que você volte à sua base, digamos, regulando os sintomas de depressão e ansiedade, por exemplo.
Outro detalhe importante: nenhum medicamento vai curar sua depressão, o método mais eficaz para caminhar em direção a uma cura é a combinação deles com terapia. Inclusive, nem todo mundo que faz terapia vai necessitar, obrigatoriamente, de medicação. Cuide de sua saúde mental.