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02/02/2023 às 09:31•2 min de leitura
Para os seres humanos, lembrar-se de todos os detalhes de um dia comum e feliz não é exatamente a coisa mais fácil do mundo. Afinal, o tempo passa e algumas recordações vão ficando borradas, partes de uma história são perdidas e o nosso cérebro faz questão de armazenar apenas alguns trechos.
No entanto, dias trágicos são aqueles que não conseguimos esquecer nem se tentamos muito. Normalmente, os piores dias que vivemos em nossas vidas são aqueles que temos as maiores recordações e lembranças intactas. Mas será que existe algum mecanismo dentro do corpo humano capaz de obliterar essas memórias traumáticas? Veja só o que dizem os cientistas!
(Fonte: Unsplash)
A memória humana tende a guardar muitas das coisas que nos acontecem durante o dia, mas muitas delas acabam sendo esquecidas inevitavelmente. Porém, é um consenso que memórias ruins são armazenadas com muito mais frequência do que as boas. Para isso, nosso sistema nervoso precisa modificar certos circuitos neurais, sintetizando proteínas e exercendo gasto energético celular.
Mas qual o motivo de gastarmos energia para guardar uma memória que certamente nos trará traumas posteriormente? De acordo com especialistas, muito disso está ligado ao fato de que essas experiências negativas estão fortemente associadas às emoções. Visto que nosso cérebro classifica memórias com base em sua utilidade, ele imagina que aquelas com forte teor emocional são mais úteis para nossa sobrevivência.
Se ficamos com muito medo de uma área perigosa do lugar onde vivemos, nosso órgão armazena essa lembrança para ativarmos um estado de alerta todas as vezes que passarmos naquele local. Contudo, quando se trata de uma experiência realmente traumática, as lembranças ruins podem gerar sequelas que afetam nossa forma de viver.
(Fonte: Unsplash)
Estudos mais recentes feitos por pesquisadores da Universidade de York, na Inglaterra, sugerem que existem alguns fatores externos determinantes para salvarmos ou excluirmos uma memória. Por exemplo, a luz e o som, coisas que vivenciamos todos os dias, são grandes moduladores de memórias e de funções cerebrais, sobretudo quando dormimos.
O sono é essencial para o processamento de uma memória. Memórias recém-adquiridas só se transformam em memórias de longo prazo durante o repouso noturno. Dessa forma, os cientistas sugerem que estímulos auditivos e visuais poderiam ser usados em sessões de terapia do sono para "desinstalar" uma memória. Porém, esse ainda é um estudo que está em fase experimental.
Outra coisa interessante é que existem evidências científicas de que alguns medicamentos poderiam contribuir para o apagamento da memória traumática. O propranolol, usado para tratar casos de hipertensão arterial, é usado em animais de laboratório para que eles esqueçam um trauma aprendido.
A teoria dos pesquisadores é a chave do processo estaria em uma proteína que interage com nossos neurônios e determina se uma memória deve ser alterada ou não. Caso essa proteína seja degradada, as memórias se tornariam modificáveis. Porém, mais uma vez, tudo isso ainda está no campo teórico.