5 fatos sobre a saúde mental dos brasileiros

A saúde mental é tema de preocupação em todo o mundo. A pandemia de covid-19, inclusive, acentuou esta questão, uma vez que o isolamento fez com que muitas pessoas passassem a olhar para si e reconhecer sofrimentos que antes não enxergavam.

O Brasil, aliás, tem uma posição de "destaque" no mapa dos transtornos mentais. De acordo com o último estudo global feito pela Organização Mundial de Saúde, o país tem a população com maior prevalência dos transtornos de ansiedade e é o quinto na faixa da depressão.

Mas por que isto acontece? Neste texto, contamos 5 fatos sobre o estado da saúde mental dos brasileiros.

1. A violência é um fator de impacto na saúde mental

(Fonte: Psicologia Viva)

Os altos índices de violência em algumas cidades trazem consequências aos habitantes do país, acentuando a quantidade de diagnósticos de ansiedade.

Segundo Rafael Boechat, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB), o medo dessa situação gera ansiedade. "O Brasil tem uma alta taxa de violência, que faz muitas pessoas saírem de casa com o receio de serem assaltadas", declarou à BBC.

Outro fator muito forte que interfere na saúde mental no país é a situação econômica dos cidadãos. O desemprego também acarreta mais casos de depressão e ansiedade por aqui.

2. O brasileiro ainda não fala muito sobre saúde mental

(Fonte: Conexão Saúde)

Segundo alguns estudiosos, o tema da saúde mental ainda é tabu no Brasil. Muitas pessoas ignoram aspectos relativos ao tema, ou mesmo subestimam a questão do próprio sofrimento mental. 

O assunto ainda não faz parte da cultura brasileira, que tende a enxergar a doença apenas como um processo físico. Isso significa desconsideração com outros problemas, como o excesso de trabalho e a tolerância ao alto estresse nas empresas, sem que haja medidas organizacionais para lidar com isso.

3. Quanto pior a situação econômica, pior tende a ser a saúde mental

(Fonte: Medicina SA)

Dados mostram que a piora do status socioeconômico aumenta a prevalência de problemas de saúde mental. Famílias pobres correm mais risco de que seus membros se tornem deprimidos ou sofram de transtorno de ansiedade.

Um estudo analisou jovens de 10 a 18 anos que em início de tratamento para depressão e concluiu que havia uma conexão entre sua situação econômica familiar com a prevalência do transtorno. Os problemas financeiros, inclusive, tendem a tornar a depressão difícil de ser erradicada.

4. O nível educacional também se relaciona com a saúde mental

(Fonte: Unifesp)

Outro estudo mostrou que os adolescentes que tinham mães com menos anos de estudo tinham mais prevalência de transtornos mentais do que eram filhos de mães com mais de oito anos de vida escolar. 

A explicação é: quanto menor é o nível de escolaridade dos pais, maior é a chance destes filhos se sentirem mais sozinhos e terem menos amigos. Por consequência, os filhos de classe média e alta têm mais chances de ter um futuro promissor não apenas em aspecto econômico, mas também mental.

5. O Brasil está testando boas medidas para promover melhoras nesse campo

(Fonte: Desintitute)

Embora a questão da saúde mental continue sendo um problema no país, há medidas eficientes que estão sendo tomadas para beneficiar a população. Uma delas são os centros de atenção psicossocial, conhecidos como CAPS. 

Os centros oferecem serviços gratuitos para a comunidade e atendem quem sofre com problemas de saúde mental. Isto é feito por meio de atendimentos individuais e em grupo, e por ações terapêuticas, como atividades esportivas e atendimento familiar.

Desde 1998, houve um grande aumento no número de CAPS disponíveis para a população, o que tem trazido um efeito muito positivo na inclusão social dos brasileiros que enfrentam esse tipo de problema. Atualmente, há 2.795 CAPS espalhados pelo país.