Estilo de vida
01/04/2023 às 05:00•2 min de leitura
O dia 1º de abril é mundialmente conhecido como o Dia da Mentira, uma data que possui uma imagem de diversão com pegadinhas e pregação de peças em amigos e familiares com histórias falsas. No entanto, o hábito de mentir nem sempre é visto com bons olhos pelo “gerente”, nosso cérebro.
Ao contrário do que pode ser comumente tido como um caminho mais fácil, mentir é muito mais trabalhoso para o nosso cérebro que contar a verdade, precisando de diversas áreas atuando em convergência, utilizando racionalidade, criatividade, memória e controle de emoções para montar uma mentira convincente.
Além disso, quando esse hábito se torna excessivo e faz parte da rotina diária de quem o pratica, acabamos entrando no âmbito de uma patologia, conhecida como mitomania, uma obsessão por contar mentiras, mesmo que não haja absoluta necessidade ou que elas estejam relacionadas a benefícios, tornando-se um distúrbio.
Quanto a isso, deve-se ter um cuidado especial com as crianças, em especial com as razões por trás das mentiras, que podem advir de pressões familiares, medo das consequências, de falhar e insegurança, o que pode gerar outros problemas, como ansiedade e depressão, tornando a mentira algo cultural e cotidiano.
Por isso, é essencial ter muito cuidado com a educação das crianças para que elas não se tornem adultos mentirosos e, além disso, inseguros, estressados, ansiosos e narcisistas.
É melhor contar a verdade com uma argumentação consistente e de forma a inverter uma situação negativa do que uma mentira, que pode vir a ser tornar um recurso, ora periódico e ocasional, cada vez mais recorrente, cada vez mais necessário, cada vez mais importante… Até que se torne uma patologia e seja necessário um maior esforço para controlá-la.
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Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, colunista do Mega Curioso, é PhD em Neurociências, mestre em Psicologia, pós-graduado em Neuropsicologia entre outras pós-graduações, licenciado em Biologia e em História, tecnólogo em Antropologia, jornalista, especializado em programação Python, Inteligência Artificial e tem formação profissional em Nutrição Clínica. Atualmente, é diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito; membro ativo da Redilat; chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, cientista no Hospital Martin Dockweiler, e professor e investigador cientista na Universidad Santander.