Artes/cultura
14/08/2023 às 08:00•2 min de leitura
Um estudo divulgado recentemente na revista médica Cell Reports Medicine revelou uma espécie de "freio" usado por células tumorais, que possibilita que elas sobrevivam à alta instabilidade cromossômica, se tornem mais agressivas e prejudiquem os tumores.
As verificações em questão foram conduzidas pela equipe da Dra. Veronica Rodriguez-Bravo, bióloga molecular e em células cancerígenas da Mayo Clinic. Com sua equipe, ela também descobriu que os tumores de câncer de próstata resistente a terapias demonstram a maior instabilidade cromossômica em comparação com outros tipos de tumor.
(Fonte: GettyImages)
“O estudo desafia ainda mais o dogma de que os erros cromossômicos são, principalmente, promotores de tumores e propõe que os erros podem realmente ser o calcanhar de Aquiles de tumores agressivos como os do câncer de próstata metastático”, explica a Dra. Rodriguez-Bravo.
“Tipicamente, esses tumores são considerados ‘invencíveis’, por isso, foi muito importante descobrir que eles são seletivamente sensíveis a medicamentos que levam a aberrações cromossômicas ainda maiores em células tumorais. Por muitos anos, os erros cromossômicos foram considerados principalmente promotores de tumores porque estão associados à progressão agressiva de tumores”, continuou a pesquisadora.
Os pesquisadores estudaram modelos experimentais como células de câncer de próstata e modelos pré-clínicos derivados de pacientes, combinados com análise de dados do paciente.
Ao observar esses materiais, a equipe descobriu que as células de câncer de próstata com alto nível de instabilidade cromossômica ativam genes específicos que impedem que as células adquiram mais erros cromossômicos, garantindo que as células cancerígenas sobrevivam e continuem a promover o crescimento do tumor.
(Fonte: GettyImages)
“O estudo mostra que prejudicar o ‘freio’ de maneira terapêutica como uma estratégia para forçar as células cancerígenas a acumular níveis de erro cromossômico fatais leva à morte de células tumorais resistentes a terapias e melhora a sobrevida de modelos pré-clínicos derivados de pacientes”, complementa a Dra. Rodriguez-Bravo, ressaltando que essa pode ser uma nova estratégia terapêutica.
“O principal objetivo da nossa pesquisa foi revelar vulnerabilidades cromossômicas de tumores agressivos como o de câncer de próstata metastático para ajudar a desenvolver uma nova combinação de terapias para os pacientes”, afirmou o Dra. Rodriguez-Bravo.
“Estudar os processos fundamentais usando a pesquisa básica e translacional em câncer é de extrema importância para alcançar esse objetivo e encontrar oportunidades ocultas”, concluiu a pesquisadora.