Artes/cultura
08/09/2023 às 14:00•2 min de leitura
É relativamente comum ouvir que, depois de ser internada, uma pessoa faleceu de sepse, tida como uma infecção generalizada do organismo. Só que o que talvez muita gente não saiba é que a sepse é muito mais comum do que parece.
Um estudo recém-publicado, feito por pesquisadores suecos, afirma que a sepse em pacientes internados em hospitais é muito frequente. Sugerem, inclusive, que ela pode ser tão mortal quanto um ataque cardíaco, e tão frequente quanto o câncer.
(Fonte: GettyImages)
Chama-se de sepse a ocorrência de uma resposta imunológica extrema do organismo a uma infecção, que pode levar à falência dos órgãos. Ou seja, ao tentar combater uma infecção, o corpo pode apresentar uma reação tóxica, que pode prejudicá-lo seriamente.
Quando as infecções se instalam no organismo, os médicos costumam recomendar remédios específicos, como antibióticos, antivirais e outros tipos de medicamentos. Só que, por vezes, o sistema imunológico não consegue mesmo assim combater os invasores, o que dá início a uma infecção generalizada. Ou seja, há o começo da sepse, que ocorre quando o sistema imunológico começa a combater a si mesmo.
Ela é tida como uma condição secundária, que pode acontecer quando uma infecção existente foge do controle e começa a atacar tecidos saudáveis. Qualquer tipo de infecção pode levar à sepse, inclusive a gripe e a covid-19.
A maior parte dos casos de sepse ocorre por conta de infecções causadas por bactérias, que costumam atacar sobretudo os pulmões, o trato urinário, a pele ou o trato gastrointestinal. O tratamento precoce é fundamental para que a doença não evolua a quadros mais graves.
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O estudo, que foi publicado na revista JAMA Network Open, iniciou a partir de uma investigação feita em 2016 no condado de Skåne, no sul da Suécia. O que os pesquisadores descobriram é que a sepse tem uma incidência muito maior do que se imaginava.
A estimativa anterior era de 750 casos por 100.000 adultos. Mas, agora, descobriu-se que a sepse foi um fator em 4% das hospitalizações ocorridas no condado, e que 20% dos pacientes com sepse morreram em um período de três meses.
Segundo afirma Adam Linder, um dos autores do estudo, a sepse pode ser bem mais grave do se imaginava inicialmente. “Isso torna a sepse tão comum quanto o câncer, com consequências negativas semelhantes a longo prazo, e tão mortal quanto um infarto agudo do miocárdio. Entre os sobreviventes da sepse, três quartos também apresentam complicações de longo prazo, como ataques cardíacos, problemas renais e dificuldades cognitivas”.
Os investigadores sugerem também que a sepse pode ser considerada uma epidemia, e que agora pretendem estender a pesquisa para outros lugares da Europa.
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Por tudo isso, é importante ter em mente alguns sinais que podem estar indicando a presença da sepse. Entre eles, estão a confusão mental ou fala arrastada; frequência cardíaca fraca; febres e tremores; pele suada e sensação de frio; pele, lábios e língua pálidos ou azulados; falta de ar; dor e desconforto extremo.
No caso de bebês e crianças, que ainda não expressam bem os sintomas, a sepse pode ser indicada pela sonolência excessiva, choro que parece diferente do normal e respostas estranhas aos estímulos comuns. Em caso de suspeita, o ideal é procurar um atendimento de emergência.
O estudo sueco afirma que é preciso aumentar a sensibilização sobre a sepse. "Embora o tratamento tenha melhorado nos últimos anos, precisamos aprimorar nossos métodos de diagnóstico para identificar os pacientes mais cedo. Aumentar a conscientização sobre a sépsis é crucial para garantir que os recursos sejam atribuídos de forma adequada", conclui Linder.