Artes/cultura
29/06/2024 às 16:00•2 min de leituraAtualizado em 29/06/2024 às 16:00
Novo artigo publicado na revista Nature traz luz sobre ação da depressão no cérebro e potenciais tratamentos para o transtorno de humor. O estudo foi conduzido pela Escola de Medicina da Universidade de Stanford, Estados Unidos.
A depressão é um transtorno de humor caracterizado por sintomas como tristeza prolongada, sentimentos de inadequação, desesperança e isolamento autoimposto.
É uma das doenças mentais mais prevalentes na população e pode ser ocasionada por um desequilíbrio bioquímico no cérebro, que tem dificuldade em produzir e captar os ditos "hormônios da felicidade".
Com isso, os tratamentos atuais se baseiam no uso de medicações que devolvem ao cérebro a capacidade de regular adequadamente essas substâncias e, em conjunto com terapia psicológica, tende a levar o paciente à melhora.
No entanto, por ser de amplo espectro, esse tipo de abordagem algumas vezes se mostra pouco eficaz e a rota de tratamento precisa ser constantemente recalculada, modificando medicações e técnicas terapêuticas até que o equilíbrio seja finalmente atingido.
Mas e se fossemos capazes de identificar com especificidade a região do cérebro "em pane" e realizar um tratamento certeiro? Talvez isso comece a ser possível.
O grupo de estudos da Escola de Medicina da Universidade de Stanford, reuniu os dados das imagens de ressonância magnética funcional de 801, previamente diagnosticados com depressão e ansiedade.
O escaneamento cerebral foi realizado com os paciente em repouso e posteriormente, durante atividades cognitivas e de evocação emocional.
Com todos os dados em mãos, o grupo realizou toda varredura das imagens utilizando um software de aprendizagem de máquina. O resultado apontou 6 diferentes biotipos de depressão, atingindo diferentes regiões do cérebro. E o estudo ainda foi além.
Os pesquisadores realizaram um teste randomizado com 250 participantes, testando a eficácia da terapia medicamentosa e psicológica para cada um dos diferentes biotipos identificados.
Eles foram capazes de identificar e correlacionar qual a melhor conduta de tratamento dependendo da região cerebral mais acometida pela depressão.
Para o grupo, esse é o primeiro sinal que os tratamentos para depressão podem ser modificados e personalizados de acordo com as necessidades dos pacientes, diminuindo o tempo de "adequação" às medicações e melhorando o prognóstico de recuperação.
A pesquisa irá continuar e se espera que em breve, novos tratamentos possam ser desenvolvidos com foco na minimização de danos e melhora da qualidade de vida das pessoas com depressão.
Caso você apresente algum desconforto ou sinais de tristeza e descontentamento com a vida, procure ajuda profissional.