Como nosso corpo sabe quando temos que fazer xixi?

21/06/2024 às 16:002 min de leituraAtualizado em 21/06/2024 às 16:00

Você está no cinema. O clímax do filme está prestes a começar e, de repente, o copão de refrigerante que você pediu começa a se manifestar na sua bexiga. "Consigo segurar?" é a pergunta que vem à sua cabeça, mas a resposta é: corre!

Fazer xixi parece algo simples: você ingere uma quantidade satisfatória de líquidos e vai ao banheiro eliminá-los com uma certa frequência. Mas quando é que você sabe que é hora do xixi?

Prefira quantidades menores de refrigerante antes de entrar em um sessão longa de cinema. (Fonte: GettyImages/Reprodução)
Prefira quantidades menores de refrigerante antes de entrar em um sessão longa de cinema. (Fonte: Getty Images / Reprodução)

Algumas pistas físicas podem surgir, como um abdome inchado, desconforto ao sentar ou levantar e até escapes de urina. Mas é uma união entre células nervosas na sua bexiga e sinais de alerta disparados no seu cérebro que lhe dirão quando é hora de procurar um banheiro.

Conheça um pouco mais sobre como nosso corpo trabalha para eliminar a urina e doenças que podem afetar esse sistema complexo.

A anatomia do xixi

Ao contrário do que alguns possam acreditar, não existe um caminho direto entre o estômago e a bexiga, por mais que pareça que a água que você tomou há cinco minutos já tenha cumprido seu papel e esteja querendo ser eliminada.

A urina é produzida em um processo de filtragem sanguínea nos rins. Sim, eu disse filtragem sanguínea.

O sistema urinário é o terror de qualquer estudante da saúde, perdendo somente para o sistema porta do fígado. (Fonte: GettyImages/Reprodução)
O sistema urinário é o terror de qualquer estudante da saúde, perdendo somente para o sistema porta do fígado. (Fonte: Getty Images / Reprodução)

O sangue é filtrado nos rins, eliminando impurezas, resíduos de medicação e toda uma sorte de coisas que possam estar circulando em excesso no nosso organismo. Células maiores e mais pesadas, como proteínas e hemácias, não passam pelo filtro, retornando para a circulação normal.

Todo esse filtrado ainda passa por processos mais especializados até se tornar nosso xixi, que depois de pronto, desce dos rins por dutos chamados ureteres e fica armazenado na nossa bexiga até a hora de ser eliminado pela uretra. É nessa última parte em que iremos focar e nos sinais de eliminação.

Aliviando

Nossa bexiga possui diversas camadas e em cada uma delas existem células nervosas especializadas que dão sinais de que o órgão já atingiu, ou está perto de atingir, sua capacidade máxima. 

Quando somos bebês, esses sinais são bastante primitivos e as eliminações ocorrem por um reflexo desencadeado pela nossa medula espinhal. Mas conforme crescemos, esse reflexo passa a ser inibido, pois aprendemos a controlar, voluntariamente, a musculatura do assoalho pélvico.

As células nervosas dão sinais de que a bexiga está
As células nervosas dão sinais de que a bexiga está "esticada" no seu limite, indicando que é hora de eliminar. (Fonte: Getty Images / Reprodução)

No cérebro do adulto, esse sinal de "bexiga cheia" se torna mais sofisticado, envolvendo a ativação de áreas cerebrais que nos dizem não apenas que está na hora de eliminar o xixi, mas é seguro fazer isso. 

Isso acontece, pois há ativação das regiões de discernimento, controle motor, e da ponte cerebral, que devolverá a informação para a bexiga, garantindo que ela está cheia e que é hora dela ser "aliviada".

Quando há falhas nessa comunicação cérebro-bexiga, seja por lesões na medula ou doenças neurológicas, como Parkinson e Alzheimer, o reflexo espinhal primitivo pode retornar, ocasionando em incontinência urinária.

Outros fatores que podem ocasionar no mau funcionamento da excreta da urina são problemas na própria bexiga e musculatura do assoalho pélvico. Caso você tenha passado por problemas com a eliminação de urina, procure um profissional da saúde.

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