Artes/cultura
26/09/2017 às 11:15•2 min de leitura
Com que frequência você conta uma mentira? Você pode até dizer que nunca, mas isso provavelmente será uma inverdade brutal. Estudos mostram que, em 10 minutos de conversa, 60% das pessoas conta ao menos uma mentirazinha que seja. Se isso é tão frequente, principalmente entre quem tem 18 e 29 anos, a desonestidade faz parte da evolução e do desenvolvimento humano? Segundo os cientistas, sim!
Uma reportagem da National Geographic mostrou como esse comportamento é moldado através dos tempos. Um experimento da Universidade Duke, dos EUA, pedia para pessoas respondessem o maior número possível de questões de matemática em 5 minutos – quanto mais acertos, maior o valor a ser pago pelo teste. Depois, ao entregar as folhas com as respostas, as pessoas eram informadas de que elas iriam para um triturador.
Futuramente, questionados sobre quão bem tinham ido nos testes, as pessoas tendiam a dar uma leve aumentada em sua própria percepção de sucesso – algo facilmente refutável diante das provas não destruída pelos pesquisadores.
Algo semelhante foi notado pela Universidade de Toronto, no Canadá, mas através de uma experiência com crianças: ainda que elas sejam menos propensas a mentir ou ser desonestas, já que ainda estão aprendendo essas artimanhas, elas ainda assim podem trapacear.
Para comprovar isso, o experimento consistia em fazê-las adivinhar qual personagem estava escondido por trás de um biombo. O aplicador do teste inventava que precisava atender a um telefonema, saía da sala e pedia para as crianças não “colarem”. O resultado? A maioria não resistiu em dar uma espiadinha para tentar acertar! Porém, as mais novas assumiam a desonestidade, enquanto as que tinham 8 anos ou mais costumavam esconder esse fato.
De acordo com o psicólogo Yudhijit Bhattacharjee, autor do artigo na National, existem quatro razões principais para mentirmos: para nos promover, para nos proteger, para afetar os outros e sem nenhuma justificativa plausível, ou seja, apenas por diversão, talvez.
Segundo o especialista, a arte da mentira fez os seres humanos mais propensos a achar melhores parceiros e a ter melhores recursos de sobrevivência – algo como a camuflagem no meio animal, ou seja, um truque para nos sobressairmos em relação aos outros.